domingo, 31 de julho de 2011

Parte a guerreira

Francesco Costa – A guerreira venceu aqui sua batalha na madrugada deste domingo, 31 de agosto. Minha mãe, dona Maria, ou dona Piedade, como era chamada por muitos, subiu ao pódio para receber a mais alta comenda conferida por Deus.

Sei que de lá de cima receberei apenas notícias de que a chegada dela foi motivo de grande comemoração que deve perdurar por longos tempos.

Por mais que se tente, os que aqui ficaram não conseguem entender o imensurável plano de Deus na vida dos que por aqui passam e sempre queremos esticar um bocadinho mais a vida das pessoas, mesmo sabendo que tudo já fizeram por aqui e agora é hora de se juntar ao grupo daqueles poucos que têm o mérito do reconhecimento conferido por aquele que aqui os enviou.

Sei que minha mãe cumpriu a missão a ela determinada, e nada mais tinha por fazer por aqui.

Acho a bondade de Deus imensurável por ter enviado alguém como ela neste lugar tão insalubre. Mas entendo que ele sabia a necessidade que inúmeras criaturas, seu marido, filhos, netos e bisnetos teriam e a estas ela veio suprir.

Minha mãe não deixa nenhum grande legado cobiçado pela pervertida geração que hoje povoa a terra. Não deixa nem uma herança literária, afinal, era analfabeta; não deixa nenhum grande invento tecnológico, pois não estudou nenhuma ciência ou outra matéria de complexidade. Bens ela não deixa para que entre seus herdeiros sejam partidos.

Porém, deixa uma riqueza de inestimável valor e de importância extrema nos dias atuais: sete filhas, esposas dedicadas que seu exemplo perpetua e três filhos, honestos, capazes e dignos de elogios sociais.

Seus ensinamentos também ficam ecoando no cotidiano de todos os que com ela tiveram o privilégio de conviver. Deixa ainda um patrimônio que nenhum dos herdeiros conseguirá dilapidar: o bom nome.

Consigo leva apenas uma coisa cujo valor excede à mais alta honraria que possa receber nesta vida: A sensação do dever cumprido.

Meu choro não é de lamento pela sua morte, mas pela tristeza de não ter aproveitado cada momento para ler uma linha a mais a cada dia daquele livro, fonte inesgotável de conhecimento, e aprender um pouquinho mais sobre a vida.

Um comentário:

Cléo Lopes disse...

Meu caro colega, meus sentimentos! Sei que é difícil a partida de um ente querido principalmente pai ou mãe. Agora é orar e pedir que o senhor coloque ela em um bom lugar, iluminado por ele e cheio da unção do espírito santo...abraços colega!