segunda-feira, 4 de julho de 2011

PESQUISA/O LIBERAL

“O resultado da consulta é animador e mostra que há um forte sentimento popular pela emancipação de Carajás e de Tapajós”, disse o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), um dos líderes do movimento pela criação do Carajás, sobre a pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Vox Populi, encomendada pelo jornal O Liberal e publicada no domingo. Dos dois mil eleitores, 42% disseram que são contra, 37% a favor e 22% se disseram indecisos ao serem perguntados sobre o desmembramento do Pará para criar os Estados do Carajás e de Tapajós.

Giovanni Queiroz alerta, no entanto, que a consulta ignora que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o plebiscito é provisória e que ela deve ser modificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) _ instância adequada para definir as questões constitucionais.

O deputado Giovanni Queiroz lembrou que a maioria dos entrevistados pelo Vox Populi, 67%, reside na região de Belém que, em tese, é a base de um grupo que se posicionou contra a emancipação. “Temos plena convicção de que o STF vai corrigir a decisão do TSE, devolvendo apenas à população diretamente interessada na emancipação o direito de se manifestar através do plebiscito. Respeitamos a pesquisa e a iniciativa do jornal, mas achamos que as populações do Carajás e do Tapajós poderiam ter sido ouvidas separadamente e que fossem divulgadas as duas possibilidades de abrangência do plebiscito. Ainda assim, os números que mostram um retrato de todo o Estado do Pará são animadores. Há um desejo latente pela emancipação”, frisou Queiroz.

Para os dirigentes do Instituto Pró-Estado do Carajás (IPEC), os números da pesquisa revelam também que o tema está deixando os restritos circuitos acadêmicos e políticos para conquistar o interesse da população em geral. O presidente da entidade, Luciano Guedes, prefeito de Pau D’Arco, acha que, além de muitas dúvidas, há ainda preconceitos, equívocos e distorções “plantadas” pelos segmentos que são contra a emancipação.

“Estão tentando nos rotular de separatistas, quando lutamos apenas pelo direito inalienável de autonomia política e administrativa. Queremos continuar junto com o Estado do Pará, que será nosso parceiro natural tanto na organização do futuro Estado quanto no processo de crescimento econômico que resultará do desmembramento”, frisa Guedes.

“No fundo nossa luta é para que Carajás e Tapajós continuem unidos ao Pará, mas com autonomia. Não estamos falando em separação. O processo que estamos dando início deve resultar no acúmulo de forças para que os novos estados e toda a região Norte se fortaleçam dentro da perspectiva que se abre no pacto federativo”, afirma o deputado Giovanni Queiroz.

Ele lembra que cabe aos dirigentes políticos a responsabilidade de conduzir o processo de forma “pacífica, democrática e dentro de um elevado padrão de civilidade política”. Segundo Giovanni Queiroz, qualquer que seja a decisão definitiva do judiciário (se o plebiscito será nas regiões que querem se emancipar ou em todo o Pará), a campanha será pautada pela união dos paraenses e pelos benefícios que a emancipação levará a toda a população. (Vasconcelo Quadros)

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