Valter Barreto
Ginaldo Rodrigues
Produtores rurais da margem esquerda do rio Parauapebas, assentados em lotes localizados na antiga fazenda Carajás, a 18 quilômetros do centro de Parauapebas, convidaram a reportagem da Sucursal do CORREIO DO TOCANTINS para registrar e denunciar o que eles consideram como crime ambiental que ocorre naquela região, com a retirada indiscriminada de areia das margens daquele rio.Uma equipe de reportagem do jornal esteve no local e presenciou homens retirando areia com dragas montadas em balsa na maior tranquilidade, formando enormes montes do produto, que é transportado à noite por caçambas para o centro da cidade, onde é armazenado e comercializado para construção civil.
Segundo os produtores rurais, que pediram para não ser identificados, alegando que já foram ameaçados de mortes pelos exploradores de areia, o crime ambiental no local vem ocorrendo desde o mês de dezembro, sem que as autoridades responsáveis pela fiscalização do meio ambiente façam alguma coisa para impedir este tipo de crime.
Os produtores rurais reclamam que com o movimento das dragas extraindo areia, e consequentemente o barulho dos motores da balsa, os peixes desaparecem do local, prejudicando a vida dos ribeirinhos, que têm a pesca como meio de sobrevivência complementar.
No momento em que a reportagem estava na região, buscando informações e imagens para produção da matéria, o professor Valter Desidério Barreto se encontrava na propriedade de uma amiga produtora rural e disse ser testemunha da retirada de areia, que ele vem monitorando há alguns meses, fazendo imagens e fotografias.
“Já denunciei ao secretário municipal de Meio Ambiente, mas até o momento nenhuma providência foi tomada para punir os culpados, que continuam a praticar o crime, inclusive ameaçando os pequenos agricultores que reclamam da ação delituosa”, explica Valter Barreto.
No Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o chefe do órgão, Frederico Drumond Martins, informou à reportagem que a jurisdição de fiscalização da repartição pública vai até a ponte sobre o rio Parauapebas localizada nas proximidades do City Park Club, e daí em diante seria competência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Na Semma, o titular da pasta, Ginaldo Rodrigues, afirma que tem conhecimento da denúncia, que já fez monitoramento na área e estaria dependendo de uma guarnição da Polícia Militar para acompanhar os fiscais da secretaria na região para averiguar a situação, e, se necessário, apreender os equipamentos e até prender os responsáveis pela eventual retirada ilegal de areia do rio Parauapebas.
“A legislação autoriza a retirada controlada de areia do leito de rios e igarapés, sem configurar algum crime ecológico ou ambiental, desde que seja concedida licença pelo poder público para exploração do produto”, pondera Ginaldo Rodrigues.
Neste sentido, o secretário informa que uma conhecida empresa da cidade do ramo de cerâmica e venda de material para construção civil tem licença concedida pelo Governo do Estado, com anuência da prefeitura local, para retirada de areia em rios e igarapés do município, que não seria o caso denunciado pelos ribeirinhos. (Waldyr Silva/CT)
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