Fotos: Ronaldo Modesto
Ozimar Guedes e a mãe Eliza Neres
Ouvido nesta sexta-feira (14) pela reportagem, Ozimar Guedes revela que presta pequenos serviços de lavagem de carro num posto de combustível na saída da cidade e na semana passada avistou a porta-cédula sobre uma cadeira contendo o dinheiro e os documentos.
O menino conta que não teve outra alternativa senão entregar a carteira para uma mulher que administra o posto de combustível. “Entreguei para o pessoal do posto, porque o que achei não era meu. Agora, não sei se ela devolveu para o dono”, explica Ozimar Guedes, aconselhando a todos os seus colegas que roubar é muito feio.
Na avaliação da mãe do estudante, Eliza Vieira Neres, residente na Rua Amapá, s/nº, Bairro Novo Brasil, o filho dela fez muito certo em devolver um objeto que achou. “Só que ele devia ter me passado e a gente entrava em contato com o próprio dono para devolver”, enfatiza, acrescentando ter tomado conhecimento que o pessoal do posto só devolveu para o dono os documentos e ficou com o dinheiro.
Mais adiante, Eliza Neres assegura que o filho dela nunca pegou no alheio. Mesmo menor de idade, ele sempre trabalhou em pequenos serviços para ajudar no sustento da família. “Meu filho presta serviço lavando e vigiando carro no posto de gasolina. Ele limpa também os banheiros do posto e ganha umas gorjetas dos motoristas”, conta, dizendo que o Conselho Tutelar já reclamou que o menino trabalha, “mas ele gosta de trabalhar, quando não está na escola”.
“O Ozimar diz sempre que quando ficar maior de idade vai trabalhar e comprar uma casa pra gente, porque nós moramos num quartinho apertado alugado por R$ 150 por mês”, revela. No Dia das Crianças, uma comerciante que não quis se identificar deu de presente para Ozimar uma bicicleta.
Danilo Bonfim da Silva, professor do garoto, explica que estava ministrando uma palestra em slide para os alunos na sala de informática com o tema “Fazer o que é certo”, quando uma irmã de Ozimar, Cristiane, contou que o mano havia achado uma carteira com dinheiro e documentos e devolvido para o dono.
“Questionado, ele me disse que havia aprendido com a mãe dele e comigo a fazer o que é certo”, detalhou o professor, adicionando que quando o menino entrou na escola ele era muito problemático, mas se aproximou do garoto e percebeu suas boas qualidades, e aos poucos ele foi se transformando para melhor.
“Sinto-me privilegiado de ter ensinado boas maneiras pra ele. E agora posso dizer que ainda vale a pena ser educador neste país”, finaliza o professor.
OUTRA VERSÃO
Procurada pela reportagem, a comerciante Keiliana Coutinho Alves, proprietária da loja de conveniência do posto de combustível, disse ter estranhado a notícia em uma emissora de TV dando conta que havia sido um garoto que encontrou a porta-cédula com dinheiro e documentos.
“Foi minha filha que achou a carteira e me deu pra eu guardar. Meia hora depois, o cliente chegou e procurou a porta-cédula, e eu devolvi tudo certinho pra ele, que ainda gratificou minha filha com 50 reais”, revela a comerciante, bastante indignada com a acusação de que ela teria ficado com o dinheiro, que não soube revelar o valor, e devolvido apenas os documento para o proprietário.
A notícia da TV diz que havia R$ 2 mil na carteira, mas à reportagem do CORREIO DO TOCANTINS o estudante revela que eram R$ 1.100,00. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)
Professor Danilo Bonfim
O estudante Ozimar Vieira Guedes, 11 anos, do 3º ano da escola Sandra Maria, no Bairro Novo Brasil, em Parauapebas, está sendo alvo de respeito e consideração por parentes, alunos e professores, por ele ter encontrado uma porta-cédula contendo carteira de motorista, R$ 1.100 em dinheiro, cheque e cartão de crédito, e devolvido para o suposto proprietário.Ouvido nesta sexta-feira (14) pela reportagem, Ozimar Guedes revela que presta pequenos serviços de lavagem de carro num posto de combustível na saída da cidade e na semana passada avistou a porta-cédula sobre uma cadeira contendo o dinheiro e os documentos.
O menino conta que não teve outra alternativa senão entregar a carteira para uma mulher que administra o posto de combustível. “Entreguei para o pessoal do posto, porque o que achei não era meu. Agora, não sei se ela devolveu para o dono”, explica Ozimar Guedes, aconselhando a todos os seus colegas que roubar é muito feio.
Na avaliação da mãe do estudante, Eliza Vieira Neres, residente na Rua Amapá, s/nº, Bairro Novo Brasil, o filho dela fez muito certo em devolver um objeto que achou. “Só que ele devia ter me passado e a gente entrava em contato com o próprio dono para devolver”, enfatiza, acrescentando ter tomado conhecimento que o pessoal do posto só devolveu para o dono os documentos e ficou com o dinheiro.
Mais adiante, Eliza Neres assegura que o filho dela nunca pegou no alheio. Mesmo menor de idade, ele sempre trabalhou em pequenos serviços para ajudar no sustento da família. “Meu filho presta serviço lavando e vigiando carro no posto de gasolina. Ele limpa também os banheiros do posto e ganha umas gorjetas dos motoristas”, conta, dizendo que o Conselho Tutelar já reclamou que o menino trabalha, “mas ele gosta de trabalhar, quando não está na escola”.
“O Ozimar diz sempre que quando ficar maior de idade vai trabalhar e comprar uma casa pra gente, porque nós moramos num quartinho apertado alugado por R$ 150 por mês”, revela. No Dia das Crianças, uma comerciante que não quis se identificar deu de presente para Ozimar uma bicicleta.
Danilo Bonfim da Silva, professor do garoto, explica que estava ministrando uma palestra em slide para os alunos na sala de informática com o tema “Fazer o que é certo”, quando uma irmã de Ozimar, Cristiane, contou que o mano havia achado uma carteira com dinheiro e documentos e devolvido para o dono.
“Questionado, ele me disse que havia aprendido com a mãe dele e comigo a fazer o que é certo”, detalhou o professor, adicionando que quando o menino entrou na escola ele era muito problemático, mas se aproximou do garoto e percebeu suas boas qualidades, e aos poucos ele foi se transformando para melhor.
“Sinto-me privilegiado de ter ensinado boas maneiras pra ele. E agora posso dizer que ainda vale a pena ser educador neste país”, finaliza o professor.
OUTRA VERSÃO
Procurada pela reportagem, a comerciante Keiliana Coutinho Alves, proprietária da loja de conveniência do posto de combustível, disse ter estranhado a notícia em uma emissora de TV dando conta que havia sido um garoto que encontrou a porta-cédula com dinheiro e documentos.
“Foi minha filha que achou a carteira e me deu pra eu guardar. Meia hora depois, o cliente chegou e procurou a porta-cédula, e eu devolvi tudo certinho pra ele, que ainda gratificou minha filha com 50 reais”, revela a comerciante, bastante indignada com a acusação de que ela teria ficado com o dinheiro, que não soube revelar o valor, e devolvido apenas os documento para o proprietário.
A notícia da TV diz que havia R$ 2 mil na carteira, mas à reportagem do CORREIO DO TOCANTINS o estudante revela que eram R$ 1.100,00. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)
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