terça-feira, 4 de outubro de 2011

Famílias de colonos estão acampadas em pocilga

Fotos: Ronaldo Modesto


Vinte e cinco famílias de colonos remanescentes da reintegração de posse da fazenda Santo Antonio, localizada a 26 quilômetros do centro de Parauapebas, às margens da rodovia PA-160, sentido Canaã dos Carajás, estão acampadas num curral desativado de criação de porcos.

Os outros trabalhadores sem-terra que ocupavam a área da fazenda Santo Antonio foram expulsos da propriedade rural pela Justiça no dia 12 de agosto deste ano, quando naquela oportunidade foram retiradas do local 58 famílias de sem-terra que estavam acampadas.

As 25 famílias que estão instaladas precariamente numa pocilga da fazenda insistem em permanecer ali, na esperança de receber do Incra seus lotes para produção agrícola na propriedade.

Uma equipe de reportagem esteve no último sábado (01) na sede da fazenda Santo Antonio e conferiu a situação precária em que vivem as famílias, que alegam falta de saneamento básico, remédio, alimento, água tratada, transporte e assistência por conta de órgão fundiário.

De acordo com Maria Adalgisa dos Santos, presidente do Assentamento Carajás II, o Incra de Marabá prometeu resolver a pendência de documentação das 25 famílias que sobraram da reintegração de posse até a semana passada, para assentá-las numa área reservada da propriedade rural, mas até o último sábado (01) a situação continuava pendente.

À imprensa, a agricultora elencou um rosário de sacrifícios enfrentados pelos colonos, a começar pelas instalações onde se encontram as famílias, pois no momento em que houve o cumprimento do mandado de reintegração de posse da fazenda, no último mês de agosto, os barracos de madeira e de palha onde estavam acampados os sem-terra foram derrubados e queimados, de acordo com Maria Adalgisa.

A presidente do Assentamento Carajás II acrescenta que crianças e adultos se misturam com animais como cachorros, galinhas e patos, isso sem falar no forte odor que exala do local onde até bem pouco tempo funcionou um chiqueiro de criação de porcos.

Maria Adalgisa mostrou um lago que reserva água da chuva onde as famílias colhem água para beber, cozinhar e lavar roupa, apresentando péssima qualidade, além de uma cisterna aonde o pessoal da fazenda, segundo a agricultora, chegou até a fazer necessidades fisiológicas.

“Apesar dessa situação de estar vivendo num chiqueiro de porcos, a gente agradece ao dono da fazenda em ter cedido este espaço para estas famílias, que aguardam com muito sofrimento a liberação dos lotes para trabalhar”, frisa Maria Adalgisa. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)

Um comentário:

Anônimo disse...

Se mos companheiros ou companheiras, é inacreditável o que se vê e o que aconteceu com estas famílias trabaslhadoras,residiam ali e provaram produzirem, e em nenhum momento o poder público fez a sua parte em infraestrutura, mas para atender uma ordem judicial apareceu lá toda a infraestrutura para a contrução de estrada principal e seus respectivos ramais, e o que é mais triste todo este investimento para poder retirar as famílias e depositá-las na pocilga. Nessa hora me perguntei cadê os direitos humanos, cadê a CPT. Comissão da Pastoral da Terra????????????????