quinta-feira, 3 de março de 2011

Famílias alojadas interditam estrada e reivindicam atendimento

Fotos: Waldyr Silva



Dezenas de famílias atingidas pela enchente em Parauapebas ocuparam no início da tarde da última terça-feira (01), por cerca de duas horas, trecho da estrada Faruk Salmen, mais conhecida por estrada de acesso à ferrovia, à altura do km 4, próximo do barracão onde elas estão acampadas.
Os manifestantes só liberaram a estrada, que formou filas imensas de veículos nos dois sentidos, após a intervenção do comandante da Polícia Militar, major Juniso Honorato, que esteve no local acompanhado de uma guarnição de policiais e ordenou a desobstrução da pista.

Em declarações prestadas à reportagem, o manifestante Jonas Conrado explicou que a interdição da estrada tinha como objetivo chamar a atenção da prefeitura para atender às mais de 100 famílias que estão alojadas no barracão com transporte, médicos, segurança, água tratada, serviço de limpeza e assistência social.

“Estamos acampados há 8 dias neste barracão, sem nenhuma assistência por parte da Defesa Civil, que jogou a gente aqui como se a gente fosse porco”, protestou o flagelado, adicionando que só foi para o abrigo porque não tinha outra opção.

A dona de casa Fernanda da Silva Santana esbravejou que “estão fazendo da gente como se fôssemos cachorros, pois temos nossos direitos. Não estamos aqui porque escolhemos vir para cá, mas porque nossas casas estão alagadas”, declarou.

Fernanda Santana informou que os filhos dela estavam com duas semanas perdendo aula por falta de transporte, e por isso estava ali reivindicando este direito que ela considera como “sagrado”.

Por seu turno, Eliasvaldo Silva explica que algumas pessoas que trabalham e estão acampadas no barracão já perderam o emprego por causa de falta ao serviço, em virtude da carência de transporte. “Eu mesmo estou ameaçado de perder o emprego, porque os ônibus que vão para Carajás sobem por volta da 4 horas da madrugada, mas eles não passam por aqui”, disse ele, afirmando que já sofreu cinco faltas ao trabalho.

Chamado ao local por telefone pelo próprio major Juniso Honorato, o coordenador municipal de Defesa Civil, Deuzimar Pereira da Silva, conhecido por “Branco”, ouviu os apelos dos manifestantes e prometeu passar as reivindicações às secretarias municipais relacionadas aos problemas verificados no local do alojamento, como saúde, saneamento, transporte, coleta de lixo e assistência social. “Acredito que até o final desta semana essas pendências serão resolvidas”, frisou Deuzimar “Branco”. (Waldyr Silva, Correio do Tocantins)

Nenhum comentário: