Desastres, acidentes, trabalho escravo, prostituição infantil, alcoolismo, violência, desmatamento, chacinas e execuções de indígenas e camponeses integram a agenda negativa que costuma tirar do anonimato rincões da Amazônia. Conjunto de passivos, em boa parte, naturalizado pela grande mídia.
O rosto autoritário do estado como indutor da economia organizada a partir de grandes projetos se mantém desde os militares. Perspectiva que se replica na maioria dos quadros de técnicos das instituições envolvidas na burocracia do governo, vide as linhas de crédito e o cenário de algumas pesquisas que não contemplam a sociodiversidade da região.
O horizonte homogêneo é indiferente às populações locais e às suas formas de organização e percepção de mundo e vida. O saque continua sendo a lógica da integração da região.
Desta feita, a agenda negativa recai sobre um elemento antes não catalogado, a precarização do trabalho em grandes obras, caso das hidrelétricas erguidas em Rondônia, Jirau e Santo Antônio. A economia local é prenhe em grandes projetos. A construção de hidrelétricas é apenas uma das faces do portfólio da lógica extrativista da região.
Um conjunto de passivos sociais e ambientais norteia a construção de barragens. Os tratados sistematizados pelo professor Célio Bermann, da Universidade de São Paulo (USP), entre outros pesquisadores, atestam que tais projetos não são sustentáveis.
Um encontro latino-americano realizado em Belém no fim do ano passado sobre o tema, em vários painéis especialistas, indicou inúmeros elementos que destoam do mito da hidrelétrica como energia limpa e sustentável. Os projetos pressionam territórios de populações consideradas tradicionais: quilombolas e indígenas, entre outros.
O reassentamento é pontuado como um dos mais graves passivos, onde as grandes corporações, organizadas em consórcios, não respeitam acordos, a exemplo do que vem ocorrendo no oeste do Maranhão, com a construção da hidrelétrica de Estreito (Vale, Alcoa, Suez-Tractebeel e Camargo Correa).
Os reassentamentos costumam esfacelar os laços de família e solidariedade. Maioria das vezes as condições de reprodução social, política e econômica das populações afetadas não são reproduzidas.
Sublinhe-se ainda a emissão de gás metano por conta da inundação de florestas e a ameaça à fauna ameaçada de extinção e ainda a destruição de cemitérios e sítios arqueológicos.
Indaga-se: como considerar tal modalidade de desenvolvimento como sustentável, onde o Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) é o principal credor, as benesses são capitalizadas além rio-mar e os desastres socializados pelo conjunto das populações locais?
Com tal cenário, tudo indica que dias piores virão.
Rogério Almeida
91 8819 5172, http://rogerioalmeidafuro.blogspot.com/
O rosto autoritário do estado como indutor da economia organizada a partir de grandes projetos se mantém desde os militares. Perspectiva que se replica na maioria dos quadros de técnicos das instituições envolvidas na burocracia do governo, vide as linhas de crédito e o cenário de algumas pesquisas que não contemplam a sociodiversidade da região.
O horizonte homogêneo é indiferente às populações locais e às suas formas de organização e percepção de mundo e vida. O saque continua sendo a lógica da integração da região.
Desta feita, a agenda negativa recai sobre um elemento antes não catalogado, a precarização do trabalho em grandes obras, caso das hidrelétricas erguidas em Rondônia, Jirau e Santo Antônio. A economia local é prenhe em grandes projetos. A construção de hidrelétricas é apenas uma das faces do portfólio da lógica extrativista da região.
Um conjunto de passivos sociais e ambientais norteia a construção de barragens. Os tratados sistematizados pelo professor Célio Bermann, da Universidade de São Paulo (USP), entre outros pesquisadores, atestam que tais projetos não são sustentáveis.
Um encontro latino-americano realizado em Belém no fim do ano passado sobre o tema, em vários painéis especialistas, indicou inúmeros elementos que destoam do mito da hidrelétrica como energia limpa e sustentável. Os projetos pressionam territórios de populações consideradas tradicionais: quilombolas e indígenas, entre outros.
O reassentamento é pontuado como um dos mais graves passivos, onde as grandes corporações, organizadas em consórcios, não respeitam acordos, a exemplo do que vem ocorrendo no oeste do Maranhão, com a construção da hidrelétrica de Estreito (Vale, Alcoa, Suez-Tractebeel e Camargo Correa).
Os reassentamentos costumam esfacelar os laços de família e solidariedade. Maioria das vezes as condições de reprodução social, política e econômica das populações afetadas não são reproduzidas.
Sublinhe-se ainda a emissão de gás metano por conta da inundação de florestas e a ameaça à fauna ameaçada de extinção e ainda a destruição de cemitérios e sítios arqueológicos.
Indaga-se: como considerar tal modalidade de desenvolvimento como sustentável, onde o Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) é o principal credor, as benesses são capitalizadas além rio-mar e os desastres socializados pelo conjunto das populações locais?
Com tal cenário, tudo indica que dias piores virão.
Rogério Almeida
91 8819 5172, http://rogerioalmeidafuro.blogspot.com/
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