Integrantes do movimento dos sem-teto protestaram na manhã desta quinta-feira (18) em frente ao prédio da Prefeitura de Canaã dos Carajás contra o despejo feito às 5 horas da manhã por policiais civis que os obrigaram a deixar uma área ocupada recentemente por cerca de mil e quinhentas pessoas.
De acordo com Francisco Antonio Alves da Silva, um dos integrantes do movimento, ele estava deitado quando foi acordado com chutes provocados por policiais, que diziam: “Levanta, vagabundo, desocupa esta área, como é que vocês ficam invadindo o que é alheio!”.
Francisco Antonio conta que pediu aos policiais que o deixasse pegar suas coisas, mas o levaram para a viatura e quando o ele tentou ligar de seu celular, na intenção de chamar a imprensa, um policial tomou de suas mãos o aparelho.
A dona-de-casa Dalviane Miranda da Costa, mãe de quatro filhos, explica que estava retirando seus pertences do barraco quando os policiais lhe empurraram, atearam fogo no colchão e ainda levaram os alimentos que havia comprado, além de chamar a mulher de vagabunda.
Para conter a revolta dos manifestantes em frente ao prédio da prefeitura, foi acionado o Batalhão de Choque, que compareceu ao local com um contingente de mais de 50 homens comandados pelo major Neil, chegando a deter sete pessoas.
Após ficarem horas concentrados na frente da prefeitura, os manifestantes se deslocaram para a delegacia de Polícia Civil, onde pediram a liberação dos sete integrantes detidos durante o confronto.
Segundo alegações dos manifestantes, não foi apresentado mandado judicial de retirada da área ocupada nem documentos que comprovasse a posse da terra. (Francesco Costa)
Nota da prefeitura
Em nota distribuída à imprensa, a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura explica que as províncias minerais, nas quais Canaã dos Carajás está incluída, “tornaram-se atrativos para brasileiros vindos de todos os lugares, que buscam, aqui, trabalho e melhoria de vida”.
A nota da Ascom considera que “a pacata” cidade se viu diante de uma “ação de vandalismo inusitada, nutrida por notórios adversários políticos do prefeito, que usaram populares com o intuito de invadir e destruir a sede da administração municipal”.
Segundo ainda o comunicado, parte dos manifestantes ocupava desde sábado (13), irregularmente, um terreno privado que foi objeto de ação de reintegração de posse na Justiça.
O prefeito Ribita, continua a nota, esteve na área e negociou com uma comissão, legitimamente eleita entre os próprios ocupantes, a cessão de 300 lotes com base em critérios de justiça social: que o beneficiado seja morador de Canaã há dois anos; não tenha imóvel próprio; seja chefe de família; e perceba renda per capita familiar de no máximo meio salário mínimo.
A comissão aceitou a proposta, mas na manhã desta quinta-feira (18), “fruto da incitação política”, a desordem se voltou contra a sede da Prefeitura de Canaã.
“Alguns, inclusive, chegaram a arrombar o portão da sede da prefeitura, ameaçando a destruição total do prédio e atentando contra a integridade física de funcionários e populares que se encontravam na sede”, denuncia.
“Mesmo vítima de um ato de vandalismo, e sem ter implicação alguma com a ocupação da área de propriedade privada, a Prefeitura de Canaã dos Carajás insiste no diálogo”, diz a nota, acrescentando que a prefeitura tomará todas as providências para que os responsáveis pela agressão respondam judicialmente.
Queda de avião em Gramado mata 10 pessoas
Há 9 horas
2 comentários:
essa ivasão e vandalismo tem conotação politica de advesários do prefeito desta cidade, advesarios usando a população pobre para aparecer, sera´que realmente eles querem benificiar os pobres....
a tropa de choque estar certo em retirar o povo porque isto vandalismo, isto significa desespero dos adversários
Postar um comentário