quarta-feira, 17 de outubro de 2007

MST ocupa Estrada de Ferro Carajás



Centenas de pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam, na manhã desta quarta-feira (17), a Estrada de Ferro Carajás (EFC), em trecho localizado nas proximidades da vila Palmares Norte (antiga Palmares II), a 25 quilômetros do centro de Parauapebas, paralisando o tráfego na ferrovia.
Segundo os manifestantes, eles só arredarão pé da EFC quando aparecer no local representante da Cia. Vale do Rio Doce (CVRD) e atender uma série de reivindicações feita por eles.
Na pauta, entre outros itens, o MST quer que a mineradora pare de fornecer matéria-prima (ferro) para as siderúrgicas produzirem ferro-gusa nos distritos industriais do Pará e Maranhão; que a empresa libere recursos para os setores de habitação, educação e saúde nos municípios onde atua; e que a Vale volte a ser empresa pública.
Tão logo ocupara os trilhos da ferrovia, os colonos começaram a montar barracas de lona, de camping e construir barracos de madeira rústica com cobertura de palha.
Ao mesmo tempo em que uns providenciavam a construção de barracos e a montagem de barracas às margens da ferrovia, outros manifestantes chegavam com bagagem como colchão, redes, utensílios domésticos e crianças.

Nota da Vale
Em nota distribuída à imprensa, a Vale informa que o último trem a passar na ferrovia, por volta das 10h45, “foi apedrejado pelos manifestantes, levando a CVRD a suspender a circulação na EFC, a fim de garantir a integridade física dos passageiros e de seus empregados”.
Segundo ainda o comunicado, a mineradora afirma que a estrada de ferro transporta diariamente cerca de 1.300 passageiros e é responsável pela distribuição do combustível que abastece as cidades do sudeste do Pará.
“A CVRD está comunicando a invasão à Justiça Federal para que sejam tomadas as medidas judiciais cabíveis, inclusive quanto à mobilização de força policial, para retirada dos manifestantes”, diz trecho da nota.
Por fim, a Vale repudia, com veemência, qualquer ato de violência que ameace o funcionamento de suas operações, causando, inclusive, prejuízos financeiros para o país, com a interrupção de exportações, além de comprometer a imagem das empresas brasileiras diante de clientes de todo o mundo.
Há dez dias, a CVRD informou à Justiça Federal de 1ª instância a ameaça de invasão. No dia 8, a Justiça concedeu liminar de interdito proibitório, impedindo qualquer ato atentatório contra a EFC e estabelecendo multa diária no valor individual de 100 reais. O juiz Arthur Pinheiro Chaves autorizou, ainda, requisição de reforço policial para a execução da ordem, oficiando a Polícia Federal e a Polícia Militar para que dessem auxílio ao aparato da Polícia Judiciária Federal para o cumprimento da diligência.

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