“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 15 de junho, participei do 1º Simpósio pró-criação dos Estados de Carajás e Tapajós, evento realizado pela Câmara Municipal de Marabá. Foi um encontro de pessoas envolvidas com um único ideal: transformar a região onde vivem em um lugar seu. Participaram do evento autoridades do Sul, Sudeste e Oeste do Paráe do Sul do Maranhão.
Presidente, é sabido que o debate sobre a reestruturação do território brasileiro não é nenhuma novidade. Desde a proclamação da República este tema provoca polêmicas acirradas. Mas acredito que, se quisermos obter êxito na nossa jornada, o caminho é esse: persistência e diálogo.
Quero deixar claro que nós, participantes do referido evento, amamos o Pará assim como um filho ama os pais. Mas todos nós sabemos que chega um momento em que o filho toma consciência da sua capacidade de se auto-sustentar e de se desenvolver e aí ele decide sair de casa. É isso o que acontece no Carajás. O nosso desejo de emancipação vem do sentimento de que somos capazes de autodeterminar o nosso desenvolvimento.
Acredito, nobres colegas, que a redivisão territorial expressaria maior democratização das forças regionais. O Pará é um Estado de dimensões gigantescas. Sua área territorial é de aproximadamente 1.247.700 km² (um milhão duzentos e quarenta e sete mil e setecentos quilômetros quadrados). É cerca de 15% do território brasileiro. Só para se ter uma idéia dentro do Pará cabem quase cinco Inglaterras e mais de 41 Bélgicas. Quero informar-lhes, nobres colegas, que a área do Carajás se situa a 670 quilômetros de distância de Belém, a capital do Pará. Creio que com a criação de novos Estados haverá melhoria na segurança territorial, na comunicação entre municípios e Estado e, principalmente, melhoria na qualidade de vida da população.
Atualmente tramitam nas duas casas do Congresso Nacional 16 propostas de criação de novos Estados e Territórios no País. A criação de novos Estados é um ideal, éo reflexo do desejo de uma gente que acredita que pode fazer a diferença. Como membros do Legislativo esse é o nosso dever: ouvir os anseios da população e, a partir daí, elaborar projetos, acompanhá-los e votá-los. Devemos lutar por ideais, sim, mas nunca nos omitindo da nossa responsabilidade para a qual fomos eleitos.
Eu, que já fiz parte do Poder Executivo, conheço a importância do Legislativo. Agora que sou uma parlamentar reconheço a responsabilidade que tenho nas mãos. Além de criar novas leis e de fiscalizar o Executivo, nos cabe a missão de conscientizar as pessoas de todo o Estado e de todo o Brasil das vantagens que a nova configuração da divisão territorial trará. Esse é o nosso desafio.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Agradeço a oportunidade e solicito a divulgação nos órgãos de comunicação da Casa e na Voz do Brasil”.
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