quinta-feira, 24 de maio de 2012

MST deixa prédio da prefeitura depois de 15 horas de ocupação

Fotos: Waldyr Silva. Ascom/PMP e Ronaldo Modesto


Tony Araújo
Depois de ocupar o hall de entrada do prédio da Prefeitura de Parauapebas, no período das 10h30 de segunda-feira até 1h30 da madrugada de terça-feira (22), e exaustiva reunião que durou 10 horas e meia (das 15 horas a 1h30), finalmente as cerca de 300 pessoas ligadas ao Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desocuparam a repartição pública.

Uma comissão formada por 30 representantes das comunidades rurais de Palmares Sul, Palmares II e Rio Branco, e de duas áreas de ocupação urbana conhecidas por Palmares III e Nova Vitória, foi recebida pelo prefeito Darci Lermen, que esteve acompanhado dos secretários municipais de Obras, Educação, Finanças, Habitação, Saúde e de alguns vereadores, para debater a extensa pauta de reivindicações apresentada pelos movimentos sociais.

O prefeito informou à comissão que algumas reivindicações do movimento já faziam parte do cronograma de execuções da prefeitura, e que seriam atendidas em pouco tempo. Já outros pontos apresentados dependeriam de reuniões com outras instituições, como mineradora Vale, Incra, 4ª URE (Unidade Regional de Ensino), Polícia Militar, Prefeitura de Marabá e outros órgãos, já que não dizem respeito à ação exclusiva da Prefeitura de Parauapebas.

Um calendário de reuniões foi prometido ser montado com o secretariado municipal, assim como seriam realizadas visitas nas comunidades para verificar a viabilidade das execuções das obras e serviços...

O prefeito prometeu que algumas demandas serão realizadas em médio prazo, como a pavimentação asfáltica da vila Palmares Sul e a mudança de estratégia de algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para Postos de Saúde da Família (PSF), a partir da realização do concurso público para Agente Comunitário de Saúde (ACS).

Foi prometido também que uma equipe técnica da Secretaria Municipal de Obras visitará a comunidade de Palmares II para discutir obras de infraestrutura e drenagem e definir a atuação da prefeitura para atender as demandas.

Com relação à comunidade rural de Rio Branco, uma ambulância será adquirida em 90 dias e uma praça será construída na vila. Como o povoado se localiza na Região do Contestado, a Prefeitura de Parauapebas tentará viabilizar um Termo de Cooperação com a Prefeitura de Marabá, para garantir outras execuções. A regularização das duas áreas de ocupação irregular depende do resultado de reunião com o Incra.

Na avaliação do prefeito Darci Lermen, apesar de a reunião ter se estendido durante a madrugada, o encontro foi “democrático e satisfatório” para ambas as partes. “Foi um debate que permitirá a melhoria de vida dessas comunidades rurais”, afirmou. Ao final da reunião, lideranças do movimento garantiram que, mantidos os termos, não haverá novas ocupações.

Nesta quarta-feira (23), o prefeito ficou de assinar um termo de acordo firmado entre prefeitura e comunidade, contendo todos os pontos aprovados na reunião. Por conta da manifestação e deliberações com relação às reuniões intersetoriais que deverão ocorrer, todas as inaugurações agendadas para esta semana foram adiadas. As datas serão informadas posteriormente.

REUNIÃO SATISFATÓRIA
Para Tony Araújo de Oliveira, um dos líderes do movimento, a pressão exercida contra o governo municipal foi considerada satisfatória em termos de acordos, pois houve promessas de atendimento de muitos itens da pauta apresentada ao prefeito.

Tony Araújo destaca alguns dos benefícios conquistados para a vila Palmares Sul, onde ele mora, como a construção de creche, posto de saúde, terminal rodoviário rural, titulação de lotes urbanos e a pavimentação asfáltica e sinalização de todas as ruas do vilarejo. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)

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