terça-feira, 8 de maio de 2012

Fiscais enxotam famílias sem-teto que invadiram área pública

Fotos: Ronaldo Modesto



Com apoio de um contingente de policiais militares, fiscais de urbanismo da Prefeitura de Parauapebas enxotaram na manhã da última sexta-feira (4) dezenas de famílias sem-teto que ocupavam um resto de terreno localizado no Bairro dos Minérios, onde recentemente passaram a morar cerca de mil famílias contempladas com o programa “Minha casa minha vida”, do governo federal, com contrapartida do município.

Segundo explicou o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar em Parauapebas, ten-cel. Roberto Coracy, “a polícia foi chamada para prestar um trabalho técnico de apoio aos fiscais da Semurb (Secretaria Municipal de Urbanismo), na remoção das famílias sem-teto que invadiram esta área, que é de preservação ambiental, destinada ao projeto Minha casa minha vida”, justificou o oficial.

Eudo Rodrigues, um dos invasores de lote, enfatizou que resolveu ocupar a área porque não tem onde morar, paga aluguel caro e também porque teria tomado conhecimento que os lotes não pertenciam à prefeitura. “Estamos reivindicando moradia”, justificou o sem-teto.

Quem também disse não ter onde morar foi Mauro Silva. “Estou aqui porque não tenho casa própria e pago aluguel, no Bairro União”, apela o pai de família, revelando que fez o cadastro no projeto das casas populares e no projeto Minha casa minha vida, mas nunca foi contemplado com imóvel...

“Quem tem de dar condições dignas pra gente morar é o governo, mas ele manda é a polícia expulsar a gente daqui”, reclamou Mauro Silva, assegurando que conhece gente que possui caminhoneta Hilux e ganhou uma casa do projeto do governo federal, e ele, que disse andar de bicicleta, não foi contemplado. “Que critérios de seleção são esses? Só pode ser peixada ou então algum dinheirinho passado por debaixo dos panos”, alfineta.

NOTA
Por meio de nota de esclarecimento enviada à imprensa pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura, a Secretaria Municipal de Urbanismo explica que o local invadido “é constituído por espaços de área de proteção ambiental e áreas institucionais em que creches, áreas de lazer, escolas e postos de saúde serão construídos”. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)

Um comentário:

Anônimo disse...

Acabei de vim de lar e vi que os mesmos já estão montando suas barracas n novamente, creio eu que tem politico por desta baderna.