sexta-feira, 13 de junho de 2008

Espaço da Poesia18

Na canoa

Autora: Lilia S. Chaves

A palidez inunda a proa
– na canoa debruçada
o que bebo do rio
não é a lua
sorvo o reflexo
da distância.

(e tu, que sorves
no corpo da amada?)

Escoando o barco
eu meço o peito vazio
a rima soa
sugerindo
mundos
na embriaguez da noite nua.

(e tu, que surges
nos lábios de minha ânsia?)

Desmaia a tez da lua louca
– é o líquido luar
que me amanhece
desfio a alma
no destino
da canoa.

(e tu, que luas
derramaste em minha boca?)

Nenhum comentário: