segunda-feira, 2 de junho de 2008

Afinal, o candidato deve ter ou não um blog?

Nos Estados Unidos, a importância dos blogs nas campanhas é cada vez mais intensa. Inclusive, pesquisas mostram que eles influenciam de maneira decisiva na formação dos eleitores

Os blogs ficaram especialmente populares entre os comentaristas políticos por sua grande agilidade. Escreve-se um parágrafo sobre uma notícia e manda-se para o ar. Essa estrutura funciona muito bem para sites de conteúdo bem específico (como o caso de notícias de bastidores) e para diários on-line.

Durante a campanha eleitoral, entre ter um blog e um site, o ideal é ter um blog dentro do site. Aliás, é o que determina o próprio TSE, quando ordena que toda comunicação através da internet seja feita por meio de um endereço específico, que respeite a seguinte estrutura: "www.nomedocandidatonumerodocandidato.can.br".

Assim como sites possuem galerias de fotos, podem incluir um blog. Nas prévias presidenciais nos Estados Unidos, todos os sites dos candidatos possuem blogs em seus sites, às vezes mais de um.

Tipos de blogs
• Blog do candidato (diário pessoal do candidato)

• Blog da campanha (escrito por alguém da equipe – bastidores da campanha e notícias)

• Blog de notícias (notas rápidas em formato e redação jornalística)

Se você é candidato, sente-se à vontade e se dispõe a escrever algumas linhas antes de dormir, poderá ter o seu diário de campanha. É a possibilidade de colocar uma notinha comentando sua satisfação com o sucesso de um evento, agradecer alguma gentileza ou mensagem de apoio que recebeu, citar alguns nomes de pessoas ou líderes locais que estavam presentes. É a oportunidade de dar um ar pessoal à campanha e valorizar seus apoiadores. Certamente, um gesto que dará impacto e gerará comentários na comunidade.

Poder dos blogs
O blog é uma ferramenta ágil e com grande capacidade de multiplicação de informações. Seus efeitos - negativos ou positivos- podem se espalhar rapidamente e de forma exponencial.

Embora em uma escala muito menor do que a registrada nas eleições norte-americanas, a política brasileira também já foi afetada pela força e pela união dos blogueiros.

Um exemplo do poder dessa nova mídia foi registrado nas eleições de 2006, quando o senador José Sarney buscava a reeleição pelo estado do Amapá.

Sua condição de "forasteiro", pois sua base política sempre esteve ligada ao Maranhão, foi observada por um jornalista local. Em seu blog, ele lançou a campanha "Xô, Sarney".

O candidato moveu uma série de ações na Justiça com o objetivo de retirar do ar "blogs" que estivessem reproduzindo a campanha, que tinha um forte caráter negativo. O problema é que a atitude provocou uma intensa reação na internet.

Em pouco menos de um mês surgiram centenas de blogs contra Sarney. Todos aderiram à campanha contra sua reeleição. A situação rapidamente tomou uma dimensão inesperada, chegando até mesmo a provocar queda nas pesquisas.

Sarney conseguiu se reeleger senador pelo Amapá, mas a campanha sofreu um abalo. Coincidência ou não, seu adversário cresceu nas pesquisas, depois da "adoção" do "Xô, Sarney" pelos blogueiros. (André Ferraz)

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