Ocupando 30 hectares da Floresta
Nacional de Carajás (Flona), no município de Parauapebas, o Parque Zoobotânico
Vale (PZV) é composto por 70% de floresta nativa, o que possibilita um ambiente
rico de pesquisa para a equipe de botânica do parque. Periodicamente, técnicos
coletam amostras das espécies nativas da região para desenvolver todo o
trabalho de catalogação das informações sobre a flora amazônica.
O levantamento identifica e armazena
tanto exemplares de plantas de grande porte quanto as menores, que têm efeitos
medicinais; além de ervas daninhas e cipós. "Fazemos parte da Rede
Brasileira de Herbários e contribuímos com os estudos nacionais, compartilhando
os resultados das nossas pesquisas", explica Lourival Tyski, curador do
Herbário de Carajás, localizado no PZV, em Carajás.
O trabalho de coleta possibilita a
descoberta de novas espécies que trazem informações importantes sobre sua
ocorrência e comportamento na região. "Graças a esse trabalho e ao apoio
de alguns botânicos renomados, nos últimos três anos foi possível identificar
mais de dez novas ocorrências de plantas para o Estado do Pará e uma nova
ocorrência para o Brasil", relata Lourival Tyski.
Atualmente, o Herbário de Carajás tem
cerca de 2.800 amostras que estão em constante processo de atualização de
nomenclatura. Para a diretora de Meio Ambiente da Vale, Gleuza Jesué, os
resultados das pesquisas beneficiam as atuais gerações e deixarão um legado
para as próximas. "As atividades estão focadas no conhecimento da
biodiversidade da Floresta Amazônica e no intercâmbio de informações. Com isso,
buscamos melhorar constantemente os procedimentos aplicados à conservação e uso
sustentável da biodiversidade na região", reforça Jesué Gleuza.
"Dessa forma, podemos contribuir tecnicamente com instituições de ensino e
pesquisa, órgãos públicos, além de outras áreas da Vale, ajudando a construir
um legado ambiental", conclui a diretora.
Relação
com a floresta
O trabalho de identificação de espécies
botânicas é feito por profissionais dedicados e apaixonados. É o caso de Delmo
Fonseca, de 55 anos, que começou sua relação com a floresta há mais de 30 anos.
O contato com a natureza e os conhecimentos adquiridos nos trabalhos, junto a
pesquisadores, fez dele um parabotânico, ou seja, um identificador que une
conhecimento popular e científico sobre diversos grupos de plantas, profissão
atualmente considerada rara no Brasil.
"Tudo o que sei aprendi com
profissionais que hoje estão se aposentado e, infelizmente, hoje os jovens não
estão interessados em ingressar nesta carreira", afirma Delmo Fonseca.
"A Amazônia ainda tem muito a ser estudada e o número de botânicos é
pequeno, de parabotânicos menor ainda", avalia.
Delmo é um dos profissionais que
trabalham com Lourival Tyski catalogando a biodiversidade amazônica.
"Trabalhamos juntos há sete anos e foi com ele que aprendi a identificar a
maioria das plantas amazônicas que conheço. Por outro lado, foi comigo que ele
aprendeu a usar a informática. Hoje ele se mantém atualizado, realizando
pesquisas, inclusive em sites de outros países", revela Lourival Tyski.
Para Delmo, a cada trabalho é possível
aprofundar os conhecimentos sobre a Amazônia e, com isso, colaborar com as
pesquisas em desenvolvimento. "Estou nesta área há mais de 30 anos e a
natureza ainda me ensina muito. A troca de conhecimento com pesquisadores do
mundo inteiro é muito importante e enriquecedora para nós, como profissionais,
e para a ciência", conclui o parabotânico. (Assessoria de Imprensa da
Vale)
Fotos mos links: Parque_Zoobotânico_Vale_Pesquisa_Botânica_Delmo_e_Tyski_1.jpg
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