Na manhã desta segunda-feira (13), cerca
de 600 camponeses organizados pelo MST, MCP e MAB, além de quilombolas e dos
trabalhadores petroleiros, ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e
jovens de Brasília, ocuparam o Ministério de Minas e Energia, em Brasília.
A ação faz parte do conjunto de
protestos contra a 11ª rodada de licitações de blocos para a exploração de
petróleo e gás natural, prevista para os dias 14 e 15 de maio, e contra a
privatização de diversas barragens cujas concessões vencem até 2015.
“A 11ª Rodada de Licitações é um grande
retrocesso para o Brasil, que, desde 2008, havia suspendido os leilões de
petróleo, após muita luta e pressão dos movimentos sociais. Ao retomar essa
agenda, o governo brasileiro, equivocadamente, atende aos anseios das
multinacionais, ávidas por abocanhar nossas valiosas reservas de óleo e gás”, declarou
João Antônio Moraes, coordenador da FUP.
Além de Brasília, devem acontecer atos
no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Em São Paulo, haverá distribuição
de jornais nas estações dos metrôs. Com as mobilizações, os manifestantes
querem demarcar posição contrária à privatização dos 289 blocos de petróleo,
localizados em 11 estados brasileiros.
O volume a ser leiloado poderá
ultrapassar 40 bilhões de barris, o que equivale a um lucro próximo a R$ 1,16
trilhão que será apropriado por empresas transnacionais do petróleo. Ao todo,
64 empresas estão disputando os blocos.
“O lucro obtido com os barris de
petróleo deveria ficar com o povo brasileiro. Os leilões são uma ameaça à
soberania nacional. Se eles se realizarem, estaremos entregando para as
transnacionais as nossas riquezas. É dinheiro que deveria ser investido na
reforma agrária, no passivo com os atingidos por barragens, com as comunidades
quilombolas, nos territórios indígenas, na educação”, afirmou Francisco Moura,
integrante da coordenação nacional do MST.
As manifestações cobram também que o
governo brasileiro não faça a licitação de 12 usinas hidrelétricas e de 23
pequenas centrais que estão encerrando seus prazos de concessão até o ano de
2015. A usina hidrelétrica Três Irmãos, localizada em Andradina, interior de
São Paulo, será a primeira delas. Antes controlada pela estatal Companhia de
Energia de São Paulo (Cesp), a usina teve seu contrato de concessão vencido em
2011 e já está sob propriedade da União.
“A privatização das hidrelétricas também
não é interessante ao povo. Se o estado mantém a gestão, a tarifa de energia
pode ser mais baixa. Para citar um exemplo, na mão de consórcios privados, a
Hidrelétrica Três Irmãos, em São Paulo, repassa cada megawatt/hora por R$ 182,
enquanto que a Eletrobrás vende o mesmo megawatt por R$ 32 a hora”, explicou
Moisés Borges, integrante do MAB.
Mais de 50 organizações assinaram uma carta que será entregue à presidenta Dilma, exigindo o
cancelamento do leilão do petróleo e da privatização das barragens.
Informações à imprensa: Iris Pacheco:
(61) 8338-4640; Mayrá Lima (61)
9684-6534; e Evandro - MAB (64) 9222-4240.
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