O ministro das Relações Exteriores,
Antonio Patriota, anunciou que o Brasil estuda medidas para contratação de
médicos de outros países para diminuir o déficit que o país enfrenta desses
profissionais, principalmente em regiões mais carentes.
Após participar de uma reunião com o
chanceler de Cuba, Brun Rodríguez, o ministro revelou a expectativa do governo
brasileiro para a contratação de seis mil médicos cubanos, mas a medida ainda
está em estudo.
De acordo com ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, a falta de médicos é um dos principais gargalos do Sistema Único de
Saúde (SUS). O Brasil registra uma média de 1,8 médico por mil habitantes,
enquanto que na Argentina e na Inglaterra esse índice atinge a casa de 3,2 e
2,7 médicos por mil habitantes, respectivamente.
Em janeiro deste ano, Padilha recebeu da
Associação Brasileira dos Municípios (ABM) um documento reivindicando a adoção
de medidas efetivas por parte do governo federal para resolver a questão da
escassez de profissionais da área nos municípios brasileiros.
Contra
O Conselho Federal de Medicina (CFM)
manifestou posição contrária a medidas que facilitam a entrada de médicos
estrangeiros no Brasil. Padilha, no entanto, já manifestou posição contrária ao
argumento de que a contratação de estrangeiros reduziria a qualidade do
serviço.
Seminário
O deputado federal Nelson Pellegrino
(PT-BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da
Câmara, informou que ainda no primeiro semestre deste ano a Câmara dos
Deputados realizará um seminário para aprofundar o tema, que é muito relevante
e urgente. Pellegrino disse ser favorável à contratação de estrangeiros “com
contrato determinado, para trabalhar no programa de saúde da família com foco
na atenção básica à saúde, principalmente nos locais mais distantes”, afirmou.
O parlamentar defendeu também a
formalização de convênios com as universidades brasileiras para validação de
diplomas, num processo rápido, para que o profissional possa obter registro e
exercer a profissão com tranquilidade.
Por sua vez, o deputado federal Dr.
Rosinha (PT-PR), que preside a Comissão de Seguridade Social e Família,
considerou a proposta de realização do seminário oportuna, salientando que é
preciso apontar soluções para que o cidadão tenha garantido seu direito à saúde
pública. “Entre a reserva de mercado e o direito do cidadão, deve prevalecer o
direito do cidadão”, afirmou, ao rebater as críticas feitas à proposta em
estudo pelo governo brasileiro.
“Para o Brasil, a contratação de
profissionais estrangeiros pode ser novidade, mas é prática em muitos países do
mundo e é perfeitamente viável”, defendeu Dr. Rosinha. (Fonte: Informes PT)
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