A história de Parauapebas começa a
partir da descoberta de jazidas de minério de ferro na Serra dos Carajás – um
conjunto de três cadeias de montanhas (Serra Norte, Serra Sul e Serra Leste),
na época, localizada no município de Marabá, por uma empresa americana, a US
Steel Co., por meio da subsidiária canadense Cia. Meridional de Mineração,
dentro de um programa denominado BEP (Brazilian Exploration Program), que em
1967 detectou jazidas de hematita e manganês em Carajás.
De acordo com José Francisco de Brito,
conhecido por “Chico Brito”, primeiro administrador da então vila de
Parauapebas, hoje secretário municipal de Cultura, em 1970 o governo federal
criou a empresa Amza (Amazônia Mineração S/A) para assumir a concessão de
pesquisa e lavra na Serra, transferindo para essa estatal as concessões que
antes pertenciam à US Steel/Meridional.
No final da década de 70, o governo
federal determinou à então Cia. Vale do Rio Doce (hoje Vale S/A), uma empresa
também estatal fundada em Itabira (MG) em 1946, que adquiriu os 49% da Amza e,
em 1977, os restantes 51% que pertenciam ao BNDES. Em 1978, a Vale do Rio Doce
assumiu o controle das ações, saneou a empresa e planejou a exploração das
minas, a partir da Serra Norte.
A implantação da mina e da Estrada de
Ferro Carajás (EFC) e o financiamento por bancos estrangeiros, com contratos de
longo prazo, levaram a empresa e o governo federal a criar, em 1980, o Programa
Grande Carajás (PGC), presidido por Nestor Jost, com o propósito de integrar
todas as ações na região. As ações do projeto estavam sujeitas ao Senado
Federal.
O PGC estabeleceu que a exploração da
mina deveria contemplar o assentamento de agricultores na região do entorno das
minas, para produzir alimentos que ali se consumiriam, e a construção de uma cidade
dentro dos padrões civilizados, com água e esgotos tratados, energia elétrica,
hospital, escolas etc., onde se acomodariam aqueles que forçosamente seriam
atraídos pela mineração mas não seriam absorvidos diretamente por ela. Em 1982,
a Vale adquiriu terras do fazendeiro Lair Guerra Toledo e iniciou o
desmatamento para a construção do núcleo urbano de Parauapebas.
Estabeleceu-se ainda que no mínimo 70%
da mão de obra empregada pelas empresas que operavam na região teriam de ser
formados por paraenses e maranhenses, não só na Vale, mas também nas
terceirizadas, que quando não cumpriam essa exigência, também não recebiam da
Vale suas faturas. Ao mesmo tempo, o governo federal entregou a implantação do
assentamento agrícola ao Grupo Executivo das Terras do Araguia Tocantins
(Getat), coordenado pelo então coronel Antônio Lisboa.
No final de 1982, as obras do núcleo
urbano de Parauapebas já estavam em andamento. A Vale incumbiu o administrador
da coordenação de obras de Marabá, “Chico Brito”, para supervisionar o
andamento das construções do projeto. No mês de março de 1983, após levado seu
nome ao então presidente da República, general João Batista Figueiredo, “Chico
Brito” foi nomeado, juntamente com o prefeito de Marabá (que era Área de
Segurança Nacional), como administrador regional de Parauapebas, com a
responsabilidade de dar início à implantação da cidade.
Ainda em 1983, o administrador da vila
inaugurou o prédio da subprefeitura (onde atualmente funciona a Secretaria de
Assistência Social-Semas), a delegacia de polícia e a cadeia (que funcionaram
ao lado da atual Semas, até serem queimadas por garimpeiros), o hospital
público, atual hospital municipal, e iniciou a distribuição de lotes para quem
quisesse se estabelecer na localidade. Em seguida, Chico Brito inaugurou a
escola General Euclydes Figueiredo, já com cursos de 1º e 2º graus.
No dia 28 de fevereiro de 1985, o presidente João Figueiredo inaugurou a ferrovia e a Vale iniciou a exportação do minério de Carajás. O trem de passageiros só viria a ser inaugurado um ano depois.
No dia 28 de fevereiro de 1985, o presidente João Figueiredo inaugurou a ferrovia e a Vale iniciou a exportação do minério de Carajás. O trem de passageiros só viria a ser inaugurado um ano depois.
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