Tão logo foi oficialmente emancipada, a
cidade de Parauapebas teve como seus primeiros bairros o Rio Verde, Cidade
Nova, Primavera e União, formados por um amontoado de casas de madeira
espalhadas por todos os lados, tendo como bairro mais populoso o Primavera, que
abrigava a maioria dos trabalhadores das empreiteiras que montavam seus
acampamentos, por estar bem próximo da portaria de acesso a Carajás. Como era
praticamente um bairro dormitório, Primavera nunca teve um grande destaque em
termo de desenvolvimento.
O Bairro Cidade Nova era a menina dos
olhos de todos, pois foi nele que começaram a surgir as primeiras casas de
alvenaria e até mesmo um edifício de quatro pavimentos. No entanto, seu
crescimento em termo de construção de imóveis foi muito prejudicado, pois,
sendo a maioria das áreas pertencentes à Vale, a doação das mesmas passava por
um processo bem complicado.
Com a emancipação, a maioria das áreas
passou para o domínio do governo municipal, que começou o processo de doação.
Muitos que ganharam lotes não tinham o menor interesse de construir, querendo
apenas participar da especulação imobiliária. Por incrível que pareça, até hoje
existem áreas no Cidade Nova que nunca foram construídas e algumas até mesmo
muradas ou cercadas.
Rio
Verde
O bairro onde existia o maior fluxo de
gente e que teve crescimento dinâmico foi o Rio Verde, com a então Avenida
Curió se transformando num grande conglomerado de pequenos comércios que
atendiam a necessidade das pessoas que aqui chegavam atraídas pelo garimpo de
Serra Pelada, em Curionópolis, ou mesmo para prestar serviço para as empresas
contratadas pela Vale. Dentro de pouco tempo, a rua perdeu o nome original e
passou a denominar-se Rua do Comércio, até os dias atuais.
A ocupação do Rio Verde foi feita de uma
maneira desordenada e sem obedecer praticamente a nenhum planejamento
urbanístico ou arruamento. Por isso, hoje os problemas estão surgindo e
desvalorizando o bairro, que poderia ser um dos mais caros e promissores da
cidade. Mesmo tendo edifícios com os mais variados tamanhos e belas construções
residenciais, ainda existem no Rio Verde residências e comércios instalados em
casa de madeira.
Bairro
União
O Bairro União surgiu em função da
coragem de pessoas que não conseguindo lotes nos três principais bairros da
cidade tiveram que se sujeitar a morar no meio de um matagal que dividia Cidade
Nova e ia terminar nas margens do Rio Parauapebas. Era um local de muita
pastagem e ruas foram abertas para doar terreno aos que tinham coragem de morar
no local.
Pernilongo, lama, poeira e muitos
animais peçonhentos eram o prêmio para os que tinham coragem de morar na
baixada do Bairro União. No entanto, o local caiu na graça dos que chegavam e
dentro de pouco tempo o bairro já se apresentava como uma grande comunidade.
Rua
do Meio
Na divisa do Bairro Rio Verde ficava o
local mais movimentado da cidade tanto durante o dia como à noite, ou seja, as
ruas do Arame e do Meio (hoje Rua Fortaleza), que mantinham o mercado de
prostituição com centenas de mulheres, muita música, bebida, comida, dança e
violência.
Não era especificamente um bairro, mas
uma zona livre, já que a prostituição e a venda de bebida alcoólica no garimpo
de Serra Pelada eram proibidas, bem como dentro dos canteiros de obras da Vale
do Rio Doce.
Os trabalhadores mais conhecidos como
peão de trecho, os garimpeiros, madeireiros e até mesmo grandes empresários
viam na “Rua do Meio” um local de muita diversão, pois era um dos poucos
lugares onde se podia dançar e beber à vontade, já que no restante da cidade
eram poucos os botecos, bares e restaurantes, assim como não existia
praticamente nenhum local que oferecesse diversão.
Núcleo
Carajás
Contrastando com o principal núcleo
urbano de Parauapebas, que nascia construída pela força dos que aqui chegavam e
precisavam de moradia, usando para isso pau a pique, barro e madeira, no alto
da Serra dos Carajás apareciam as residências suntuosas com casas pré-moldadas
de madeira e algumas de alvenaria, além de locais como hospital, lojas,
supermercados, restaurantes, cinema, ruas asfaltadas e bem ajardinadas para
abrigar os que trabalhavam diretamente para a Vale.
A situação chegou ao ponto de Carajás,
que tinha dois núcleos residenciais chamados N4 e N5, ficar conhecida como
Suíça, enquanto Parauapebas seria a Bósnia, país arrasado pela União Soviética,
na época.
Outros
bairros
No decorrer do tempo, outros bairros
foram se formando na sede do município, como Maranhão, Chácaras do Sol, da Lua
e das Estrelas; Cortinão (hoje Liberdade I e II), Bairro da Paz, Guanabara,
Bela Vista, Altamira, Novo Horizonte, Betânia, Vila Rica, Caetanópolis, Novo
Brasil, entre outros.
Nos últimos cinco anos, dezenas de novos
bairros surgiram em Parauapebas, muitos deles dotados de infraestrutura, como o
Cidade Jardim, Park dos Carajás, Nova Carajás, Bem Viver, Residencial Amazonas,
Casas Populares I e II, Bairros dos Minérios, Beira Rio II e outros, e ainda
aqueles constituídos por invasão ou com a venda de lotes, como Jardim América,
São Lucas I e II, Parque das Nações, Bambuí, Alto Bonito, Jardim
Canadá e tantos outros.
Confira as fotos aqui
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