quarta-feira, 8 de maio de 2013

Jubileu de Prata de Parauapebas: formação dos primeiros bairros

Tão logo foi oficialmente emancipada, a cidade de Parauapebas teve como seus primeiros bairros o Rio Verde, Cidade Nova, Primavera e União, formados por um amontoado de casas de madeira espalhadas por todos os lados, tendo como bairro mais populoso o Primavera, que abrigava a maioria dos trabalhadores das empreiteiras que montavam seus acampamentos, por estar bem próximo da portaria de acesso a Carajás. Como era praticamente um bairro dormitório, Primavera nunca teve um grande destaque em termo de desenvolvimento.
O Bairro Cidade Nova era a menina dos olhos de todos, pois foi nele que começaram a surgir as primeiras casas de alvenaria e até mesmo um edifício de quatro pavimentos. No entanto, seu crescimento em termo de construção de imóveis foi muito prejudicado, pois, sendo a maioria das áreas pertencentes à Vale, a doação das mesmas passava por um processo bem complicado.
Com a emancipação, a maioria das áreas passou para o domínio do governo municipal, que começou o processo de doação. Muitos que ganharam lotes não tinham o menor interesse de construir, querendo apenas participar da especulação imobiliária. Por incrível que pareça, até hoje existem áreas no Cidade Nova que nunca foram construídas e algumas até mesmo muradas ou cercadas.
Rio Verde
O bairro onde existia o maior fluxo de gente e que teve crescimento dinâmico foi o Rio Verde, com a então Avenida Curió se transformando num grande conglomerado de pequenos comércios que atendiam a necessidade das pessoas que aqui chegavam atraídas pelo garimpo de Serra Pelada, em Curionópolis, ou mesmo para prestar serviço para as empresas contratadas pela Vale. Dentro de pouco tempo, a rua perdeu o nome original e passou a denominar-se Rua do Comércio, até os dias atuais.
A ocupação do Rio Verde foi feita de uma maneira desordenada e sem obedecer praticamente a nenhum planejamento urbanístico ou arruamento. Por isso, hoje os problemas estão surgindo e desvalorizando o bairro, que poderia ser um dos mais caros e promissores da cidade. Mesmo tendo edifícios com os mais variados tamanhos e belas construções residenciais, ainda existem no Rio Verde residências e comércios instalados em casa de madeira.
Bairro União
O Bairro União surgiu em função da coragem de pessoas que não conseguindo lotes nos três principais bairros da cidade tiveram que se sujeitar a morar no meio de um matagal que dividia Cidade Nova e ia terminar nas margens do Rio Parauapebas. Era um local de muita pastagem e ruas foram abertas para doar terreno aos que tinham coragem de morar no local.
Pernilongo, lama, poeira e muitos animais peçonhentos eram o prêmio para os que tinham coragem de morar na baixada do Bairro União. No entanto, o local caiu na graça dos que chegavam e dentro de pouco tempo o bairro já se apresentava como uma grande comunidade.
Rua do Meio
Na divisa do Bairro Rio Verde ficava o local mais movimentado da cidade tanto durante o dia como à noite, ou seja, as ruas do Arame e do Meio (hoje Rua Fortaleza), que mantinham o mercado de prostituição com centenas de mulheres, muita música, bebida, comida, dança e violência.
Não era especificamente um bairro, mas uma zona livre, já que a prostituição e a venda de bebida alcoólica no garimpo de Serra Pelada eram proibidas, bem como dentro dos canteiros de obras da Vale do Rio Doce.
Os trabalhadores mais conhecidos como peão de trecho, os garimpeiros, madeireiros e até mesmo grandes empresários viam na “Rua do Meio” um local de muita diversão, pois era um dos poucos lugares onde se podia dançar e beber à vontade, já que no restante da cidade eram poucos os botecos, bares e restaurantes, assim como não existia praticamente nenhum local que oferecesse diversão.
Núcleo Carajás
Contrastando com o principal núcleo urbano de Parauapebas, que nascia construída pela força dos que aqui chegavam e precisavam de moradia, usando para isso pau a pique, barro e madeira, no alto da Serra dos Carajás apareciam as residências suntuosas com casas pré-moldadas de madeira e algumas de alvenaria, além de locais como hospital, lojas, supermercados, restaurantes, cinema, ruas asfaltadas e bem ajardinadas para abrigar os que trabalhavam diretamente para a Vale.
A situação chegou ao ponto de Carajás, que tinha dois núcleos residenciais chamados N4 e N5, ficar conhecida como Suíça, enquanto Parauapebas seria a Bósnia, país arrasado pela União Soviética, na época.
Outros bairros
No decorrer do tempo, outros bairros foram se formando na sede do município, como Maranhão, Chácaras do Sol, da Lua e das Estrelas; Cortinão (hoje Liberdade I e II), Bairro da Paz, Guanabara, Bela Vista, Altamira, Novo Horizonte, Betânia, Vila Rica, Caetanópolis, Novo Brasil, entre outros.
Nos últimos cinco anos, dezenas de novos bairros surgiram em Parauapebas, muitos deles dotados de infraestrutura, como o Cidade Jardim, Park dos Carajás, Nova Carajás, Bem Viver, Residencial Amazonas, Casas Populares I e II, Bairros dos Minérios, Beira Rio II e outros, e ainda aqueles constituídos por invasão ou com a venda de lotes, como Jardim América, São Lucas I e II, Parque das Nações, Bambuí, Alto Bonito, Jardim Canadá e tantos outros.
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