terça-feira, 27 de novembro de 2007

A barbárie com requintes de crueldade

Do blog da cientista política Lucia Hippolito:
Entre as várias coisas chocantes neste episódio terrível acontecido no Pará, choca saber que o delegado que prendeu a menina numa cela com tantos homens é mulher, uma delegada.
Choca saber que o juiz que mandou a menina de volta para aquele pesadelo, mesmo depois que a menina contou todas as sevícias e torturas a que vinha sendo submetida, é mulher, uma juíza.
Choca saber que o secretário de Segurança do Estado do Pará é uma mulher, a secretária.
Choca saber que o governador do Estado do Pará é uma mulher, a governadora Ana Júlia Carepa.
Até hoje, a governadora apareceu na mídia depois que nomeou a cabeleireira e a maquiadora funcionárias de seu gabinete. Como o escândalo se tornou nacional, a governadora demitiu as recém-nomeadas.
Ah, a governadora também apareceu na mídia porque nomeou o namorado piloto oficial do gabinete da governadora.
Ana Júlia Carepa também se recusou a cumprir uma ordem da justiça, que determinou a reintegração de posse da ferrovia da Vale do Rio Doce, ocupada pelo MST.
Nesses dias, depois de insistentemente instada a se pronunciar no caso da barbárie com a menina de 15 anos, a governadora deu uma declaração. Disse, mais ou menos assim, que infelizmente, esses casos de mulheres presas em celas com homens existe mesmo no Pará.
Se já tinha conhecimento de outras barbáries como estas e não tomou providências para impedir que voltassem a acontecer, a governadora incorreu em crime.
Isto é mais do que suficiente para servir de base ao pedido de impeachment da governadora, por ter cometido crime de responsabilidade.
Com a palavra, a OAB do Pará, o Ministério Público do Pará e a Assembléia Legislativa do Estado do Pará.

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