terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Violência no Pará: ações devem ser intensificadas, defendem petistas

Dois anos após o assassinato da irmã Dorothy Stang, missionária norte-americana naturalizada brasileira, deputados federais petistas do Pará avaliam que a situação de violência que marcava o estado está sendo gradativamente combatida, mas ainda há muito que fazer.
No dia 12 de fevereiro de 2005, a irmã Dorothy Stang foi assassinada no município de Anapu, região em que era tida como uma das lideranças na defesa das causas ambientais, agrárias e de direitos humanos, no estado do Pará.
Dois anos depois, os mandantes do seu assassinato permanecem soltos. Ainda são registrados muitos crimes praticados por madeireiros e fazendeiros que têm seus interesses econômicos ameaçados. Diante dessa situação, entidades e movimentos sociais instituíram o dia 12 de fevereiro como um dia de luta em defesa da Amazônia e contra a impunidade.
Situação
Três dos cinco acusados pelo assassinato da freira já foram condenados. O julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, está marcado para abril. A Justiça aguarda a apreciação de um recurso do fazendeiro Regivaldo Galvão, para marcar o julgamento. Os dois são acusados de serem mandantes do crime.
Para o deputado José Geraldo (PT-PA), a situação do Pará é outra depois de uma série de decisões do governo federal de enfrentamento à grilagem de terras e à pistolagem, e de medidas de regularização fundiárias, ações da política federal e da justiça do trabalho.
No entendimento do parlamentar, falta ainda celeridade em medidas efetivas do governo federal para a desapropriação de terras, estruturação das polícias em algumas regiões.
"Acredito que o novo governo do estado (da governadora Ana Júlia Carepa, do PT) tomará providências para moralizar a Polícia Civil, que tem tido envolvimento em conflitos agrários financiados pelo latifúndio", ponderou.
Segundo o deputado Paulo Rocha (PT-PA), as iniciativas federais contra a violência do Pará, o novo governo estadual e a pressão de movimentos sociais poderão ajudar a fazer com que a Justiça tenha outra postura nos julgamentos. “Há hoje uma lentidão que acaba fortalecendo os assassinos dos trabalhadores", denunciou.
A deputada Janete Pietá (PT-SP) também lamentou o fato de os mandantes do crime ainda não terem recebido punição. "É preciso punir os culpados", defendeu.

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