A situação no perímetro próximo ao local onde um prédio em construção desabou na tarde deste sábado (29) é tensa e desoladora. A ameaça de novos desabamentos na Travessa 3 de Maio entre José Malcher e Magalhães Barata deixa em pânico principalmente moradores e fez com que o Corpo de Bombeiros isolasse a área.
O prédio que caiu, Real Class, tinha 34 andares e pertencia à empresa Real Engenharia. Duas pessoas foram removidas com ferimentos. Uma delas passava no local na hora do desabamento e outra estava na casa vizinha, que foi atingida.
Moradores de prédios vizinhos relataram os momentos assustadores passaram. “Eu estava assistindo televisão quando ouvi um barulho muito grande. Pensava que era uma explosão. Todos os moradores correram para a janela para ver o que era e só vimos uma nuvem de fumaça branca que cobriu toda a área”, contou o webdesigner Fabrício Bezerra.
O acidente também aterrorizou quem comprou apartamento no prédio. Inara Cavalcante mal pode acreditar na notícia. “Minha irmã viu o prédio caindo e me ligou. Estou indo pra lá”', disse.
Segundo ela, o prédio seria entregue em dezembro de 2011 e já estava na fase de acabamento. “Eles estavam terminando a última laje e fazendo o revestimento externo”, informou.
O número de operários que estariam na obra foi retificado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. Segundo o presidente do sindicato, Aílson Cunha, apenas seis trabalhadores estavam na obra no momento do acidente. O Corpo de Bombeiros já trabalha na remoção de duas pessoas.
O secretário estadual de Saúde, Hélio Franco, está no local e informou que todo o aparato do governo está à disposição da população para ajudar no resgate das vítimas e possíveis sobreviventes. “Colocamos todas as ambulâncias de urgência e emergência do Estado, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Defesa Civil à disposição. Toda a vizinhança foi retirada e agora o Corpo de Bombeiros vai verificar a presença de vítimas e sobreviventes”, afirmou.
Além disso, o secretário informou que todos os hospitais de Belém estão de prontidão para atender os feridos.
O governador Simão Jatene afirmou que a prioridade agora é evitar uma nova tragédia. “Tudo está sendo feito para evitar que esse prédio ao lado também desabe e aconteça uma nova tragédia. A área tem que ficar isolada porque as máquinas vão começar a trabalhar e aí haverá trepidação e novos riscos”, garantiu Jatene.
Ele também informou que o número exato de trabalhadores que estavam na obra ainda não foi confirmado. “Entre três e seis operários, ainda não sabemos ao certo”, confirmou. O Corpo de Bombeiros pede que os oficiais que estiverem de folga se dirijam ao local para ajudar.
Fiscalização
O presidente do Crea-PA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura do Pará) e fiscais do Setor de Fiscalização do Conselho estão no local do acidente. Segundo levantamento preliminar, não havia denúncias de que o prédio ameaçava cair e, a princípio, o registro do técnico responsável pela obra estaria regularizado.
A equipe de fiscalização também vai colher informações sobre os documentos referentes ao registro da obra. A área foi isolada, pois ainda há risco de desabamento, inclusive dos prédios vizinhos. Equipes da Celpa desligaram o alimentador de energia do local e estão neste momento trabalhando para isolar a eletricidade da área.
Antecedente
Uma tragédia semelhante aconteceu no dia 13 de agosto de 1987, quando o Edifício Raimundo Farias desabou, na Rua Domingos Marreiros, próximo à Doca, em Belém, e terminou com 39 operários mortos por conta do desabamento. (Fonte: Portal ORM)
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