* ISMAEL MORAES
Caso o PPS não efetive a postura anunciada por seu presidente, o deputado estadual Arnaldo Jordy, de que lhe cabe a indicação de vice-governador ou uma vaga de senador na composição com o PSDB, esse partido entrará no processo metamórfico que constitui a indagação que intitula este.
O PCdoB é emblemático pelo fisiologismo nas suas relações no espectro político considerado de esquerda, sempre comensal de pequenas sobras de cargos do PT, e nunca titular de posição determinante.
O PPS tornou-se depositário da confiança de grande parte do eleitorado esclarecido dos centros urbanos, após o PT mostrar a verdadeira cara e avançar sofregamente nas práticas de corrupção, deixando para trás todo o ideário que pregara no país nos últimos 30 anos.
Quem está inteirado dos bastidores da política paraense sabe que Jatene está controlando as pretensões do PPS de lançar candidato ao Senado de acordo com a receita que Jader lhe determina, ameaçado de não receber o apoio do cacique do PMDB num eventual 2º turno.
Ao aceitar essa posição de dominação, o PPS desce àquela captis diminutio conhecida a que foi reduzido o PCdoB, há muito tempo. E assim, corre o risco de perder o patrimônio eleitoral que angariou junto à parcela esclarecida, hoje seu grande cabedal político. Porque os mais esclarecidos saberão que além de ser mero acessório do PSDB será mais uma ramificação das extensões tentaculares de Jader Barbalho.
Assim, o PPS fica numa encruzilhada que talvez decidirá para sempre seu futuro como partido: ou será reduzido a uma inane agremiação providencial às voluntariedades de uma sigla matriz ou de um cacique tradicional, ou poderá marcar posição como entidade política autêntica e referencial a uma parcela da sociedade carente de representação. Esperar pra ver.
* Autor é advogado
sábado, 26 de junho de 2010
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