Em comentário no blog Quinta Emenda, o jornalista Ronaldo Brasiliense diz que é contra a criação dos estados de Tapajós e Carajás, e do território federal do Marajó.
Juca, caríssimo. Com sua permissão, vou dar meu teco neste tema. Lá vai...
Começo deixando claro: sou visceralmente contrário à divisão do estado do Pará com a criação dos estados do Tapajós e Carajás e do território federal do Marajó. Acho que a discussão sobre o assunto precisa ser aprofundada para que não paire nenhuma dúvida sobre quem serão os beneficiários do separatismo: uma turma de políticos que está mais interessada em encher os bolsos do que no bem estar de paraenses, sejam tapajônicos, marajoaras ou carajás.
A pergunta que não quer calar: quem vai pagar a conta pela criação de estruturas para abrigar os novos governos estaduais, as assembléias legislativas, os tribunais de Justiça, os tribunais de Conta, o Ministério Público, autarquias, estatais, fundações, etc...? Não sabem? Nós, cáras-pálidas! O povo!!!
Serão, pelos critérios estabelecidos atualmente, pelo menos mais 16 deputados federais nos dois novos estados e mais de 30 deputados estaduais, com suas assessorias, seus parentes e amigos, com as velhas e novas mordomias pagas pelo contribuinte.
Nasci em Belém do Pará, mas tenho raízes no Baixo-Amazonas. Quem me conhece sabe da minha paixão por Óbidos, terra dos Pauxis e dos fobós. Nem por isso acho que a criação do estado do Tapajós ajudaria Óbidos a sair de seu estado atual, de letargia.
O que o Baixo-Amazonas precisa, e há séculos, é de investimentos em obras de infra-estrutura. A promessa de asfaltar a Santarém-Cuiabá foi feita pelo ditador Médici, passou pelos ditadores Geisel e Figueiredo, passou por José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique, por Lula, em seu primeiro mandato, e continua, agora no PAC, no segundo mandato do sapo barbudo. Mas eu aposto que este asfalto não sai do papel. Mais uma vez...
Já o estado de Carajás serviria apenas para atender aos interesses de alguns "paraenses de coração", pessoas de fora que aqui se instalaram e que, para atender seus objetivos de chegar ao poder, no Executiv, com maior facilidade, vêem na criação do novo estado a fórmula milagrosa de atingirem seus objetivos. Com todo respeito aos marabaenses, paraenses honrados como todos nós.
Criar o estado do Tapajós, além do mais, significa privar o estado do Pará de sua região mais esplêndida, com ses rios de águas cristalinas, seus lagos vistosos, suas várzeas, sua floresta intocada, com todo respeito que tenho pelas belezas existentes no eixo-Tocantins-Araguaia e no Vale do Xingu.
Já criar o estado de Carajás significa tirar do estado do Pará suas principais riquezas minerais e seu giantesco potencial hídrico - Tucurui e Belo Monte -, inclusive, para atender ao sonho de alguns poucos espertalhões de chegar ao poder.
O Pará que restaria - sem Carajás, Tapajós e Marajó - seria uma réles casca, com a região metropolitana e o Nordeste, com sua costa atlântica, região mais devastada do estado, ocupada de forma desordenada desde as últimas décadas do século XIX, com a grande migração nordestina, irmãos do Nordeste que fugiam da grande seca em busca de uma vida melhor nos tempos áureos da borracha.
Melhor seria usar os blhões de reais necessários à criação de três novas unidades da Federação em obras de infra-estrutura, em educação, no atendimento à saúde, em água encanada, esgot, emprego e geração de renda. Levar cidadania aos paraenses do Tapajós e de Carajás...Para fugir ao debate sério sobre o separatismo, políticos paraense se declaram a favor do plesbicito sobre a criação dos novos estados - como se alguém fosse contra! Tenho certeza que a divisão territorial do Pará não passará.
Ao final, prevalecerá o bom senso e a certeza de que, unido, o Pará será inquestionavelente a grande unidade da Federação brasileira no século XXI.
Ronaldo Brasiliense
4:07 PM
terça-feira, 13 de março de 2007
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