segunda-feira, 12 de março de 2007

Criação dos estados de Carajás e Tapajós

Acompanhe post do blog Quinta Emenda, de Juvêncio de Arruda, sobre matéria veiculada na edição de domingo em O Liberal que fala sobre a criação dos estados do Tapajós e Carajás.
O blog sentiu falta da abordagem das seguintes questões:
1) a diversidade ambiental do estado, sua mais importante e estratégica condição, que desmorona com a divisão e lhe subtrai grande parte das chances de algum futuro. Alguém aí do outro lado poderia fazer um paralelo entre entropia e diversidade?
2) os custos de implantação de novas unidades em uma federação miserável. Alguém aí acredita que a União enterraria alguns bilhões numa roubada dessas?
3) a inexistência, até aqui, de estudos científicos respeitáveis o suficiente para respaldar o esquartejamento do Pará. Alguém aí tem o aval de um grupo de pesquisa idôneo e proficiente?
Tudo isso deixa a nu - além do compreensível
sebastianismo santareno e do voluntarismo marabaense - o caráter oportunista, demagógico e populista que, históricamente, alimenta a discussão.
Quem sabe depois disso emergiria, enfim, a essência do problema, que os separatistas não dizem, os paraenses não cobram, e a matéria passou batida:
1) todos querem ser capital.
2) uma renca de políticos e empresários deseja ser governador, seja de que estado for, do que sobrar, do que vier.
3) o tradicional descaso da opinião pública da também sebastiana Nova Déli com o que acontece no interior.
4) o provincianismo de suas elites políticas, com registro à uniformidade da doxa de Almir Gabriel, embora sua praxis não tenha ficado na mesma altura. Defendeu a tese da mudança da capital em livro, e na campanha sucumbiu ao pragmatismo eleitoral, explorado de forma sinuosa por Ana Julia nos debates da tv, que mediu bem o despreparo do eleitor da capital para avaliar o tema.
Isto para não falar, também por desnecessário, do assalto que estariam sujeitas as novas unidades pelas quadrilhas latentes que demarcariam novas fronteiras políticas de ação, como verificado no Mato Grosso e em Goiás.
Tem um baita desafio nas mãos o governo Ana Julia, que já começou a trabalhar a questão com a criação da secretaria de Desenvolvimento Regional, embora o discurso do secretário precise ganhar um tom mais prá barítono.
Tomara que as ações sejam acompanhadas de alianças, nas esferas produtiva e política, com rigoroso e permanente monitoramento dos resultados dessas alianças.
E tem mais: se não enfrentar com originalidade e coragem os impactos demográficos da estrutura produtiva dessas regiões, nem com o orçamento de São Paulo dá prá sustentar a pancadaria que resulta do rápido crescimento dessas áreas.
Por fim, há de se desenvolver outra frente de trabalho, a midiática, sob o comando do governo do estado, pois esta é uma questão de estado.
Enquanto isso os parlamentares, lideranças e até festejados intelectuais das regiões sublevadas vão fazendo festinha, e passando a mão na bunda dos desprovidos.

E os parlamentares que são contra, quando abrem a boca...fala sério!

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A caixinha de comentários está aberta ao côro dos descontentes, inclusive os caros amigos do poster nos dois "estados" - Val-André Mutran, Jota Ninos, Celivaldo e Jeso Carneiro, Jota Parente, Eduardo Dourado, Hiroshi Bogéa, Flávio Sacramento, Miguel Oliveira e ( Sua Excelência, o deputado estadual) João Salame, só para ficar entre jornalistas e blogueiros - generosos o suficiente para aturá-lo, mesmo sabendo-o contrário à divisão.Estão todos convidados a entrar no debate.
Dispensada, por suposto, a conversa mole.

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