terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Situação de ‘pés-inchados’ continua precária em Parauapebas

Fotos: Ronaldo Modesto e Waldyr Silva
Comerciante João Sírio


A situação de precariedade em que vivem dezenas de homens viciados em bebida alcoólica e outros tipos de drogas, na via pública, nas proximidades de um dos galpões da Feira do Produtor, em Parauapebas, continua preocupando moradores, comerciantes e famílias que residem naquele logradouro, localizado no Bairro Cidade Nova.

Conhecidos popularmente por “pés-inchados”, os alcoólatras que se agrupam no meio da rua, nas calçadas do galpão de venda de peixe, são acusados de importunar quem passa pelo local e até quem comercializa ou mora na área, com palavras de baixo calão e outros tipos de insulto.

Os “pés-inchados” vivem abandonados pela sorte na calçada do galpão, onde eles bebem cachaça, consomem outros tipos de droga, produzem alimentos, fazem necessidades fisiológicas e dormem.

A reportagem esteve na manhã desta segunda-feira (2) no local onde se agrupam os viciados, conversou com alguns deles e com comerciantes e moradores da área.

Segundo uma comerciante, que pediu para não ser identificada, diariamente há confusão entre os moradores de rua, muitas vezes com agressões físicas e pronúncia de palavrões. Ali mesmo eles fazem necessidades fisiológicas na frente de todo mundo e usam outros tipos de drogas.

Um balconista de açougue, que também pediu para não ser identificado, declarou que já presenciou muitos assédios dos acusados com mulheres e adolescentes que passam pela rua, inclusive com clientes do açougue.

O mineiro João Sírio, que reside e tem um pequeno comércio na Rua 15 nº 13, Bairro Cidade Nova, em frente ao galpão de peixes, denuncia que já foi ameaçado de morte por algumas vezes pelo grupo de desocupados, segundo ele, “porque eu peço pra eles desocuparem a calçada da loja, pois eles estavam impedindo a entrada de clientes”.

João Sírio revela que a situação de precariedade dos viciados na lateral do galpão vem se agravando nos últimos três anos, quando eles foram expulsos de um local que ficava entre as ruas 13 e 14, onde foi construído um ponto de mototáxi.

Outra situação de descaso das autoridades apontada pelo comerciante é a permanência por vários dias no meio da rua de contêineres onde são depositadas vísceras de peixes, fato que deixa no ar um odor insuportável, aliando-se à sujeira oriunda da lavagem de peixe deixada no esgoto a céu aberto na lateral externa do galpão.

A prefeitura, por meio de uma associação de pastores, há quatro anos adquiriu uma área na zona rural, nas proximidades da Vila Palmares II, a 20 quilômetros do centro de Parauapebas, para receber e cuidar das pessoas viciadas em álcool e outros tipos de drogas, mas muitas delas, quando concordam em ir à chácara, escapam do local e voltam a ingerir bebida alcoólica, vivendo na promiscuidade.

Alguns dos homens de rua justificaram à reportagem que o local oferecido pela prefeitura não oferece motivos atrativos que possam convencer os viciados a permanecerem na chácara, e por isso eles abandonam o local e voltam para a rua.

A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura, via telefone, mas, como o órgão público se encontra de recesso, as ligações não foram completadas.

Nenhum comentário: