Gurupi (TO) - O traçado inicial da Ferrovia Norte-Sul previa a construção de 1.574 quilômetros de trilhos, cortando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Com a Lei nº 11.297, de 9 de maio de 2006, que incorporou o trecho Açailândia-Belém ao traçado inicialmente projetado, e com a Lei n 11.772, de 17 de setembro de 2008, que estendeu o traçado até a cidade paulista de Panorama, a Ferrovia Norte-Sul, de Belém (PA) a Panorama (SP), terá, quando concluída, 2.760 quilômetros de extensão.
A ferrovia foi projetada para promover a integração nacional, minimizando custos de transporte de longa distância e interligando as regiões Norte e Nordeste às Sul e Sudeste, através das suas conexões com 5 mil quilômetros de ferrovias privadas.
A integração ferroviária das regiões brasileiras será o grande agente uniformizador do crescimento auto-sustentável do país, na medida em que possibilitará a ocupação econômica e social do cerrado brasileiro - com uma área de aproximadamente 1,8 milhão de km2, correspondendo a 21,84% da área territorial do país, onde vivem 15,51% da população brasileira - ao oferecer uma logística adequada à concretização do potencial de desenvolvimento dessa região, fortalecendo a infraestrutura de transporte necessária ao escoamento da sua produção agropecuária e agro-industrial.
Inúmeros benefícios sociais estão surgindo com a Ferrovia Norte-Sul. A articulação de diferentes ramos de negócios proporcionada por sua implantação está contribuindo para o aumento da renda interna e para o aproveitamento e melhor distribuição da riqueza nacional. A geração de divisas e a abertura de novas frentes de trabalho vão permitir a diminuição de desequilíbrios econômicos entre regiões e pessoas, resultando na melhoria significativa da qualidade de vida da população da região.
A visão estratégica sobre o sistema ferroviário brasileiro adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possibilitará ao Brasil reparar uma das mais expressivas falhas no seu Plano Nacional de Logística de Transportes, oferecendo condições efetivas para a garantia do crescimento sustentável do país, amparado por uma estrutura sólida, abrangente, integrada e, também, mais econômica.
A construção da Ferrovia Norte-Sul se constitui no passo decisivo para o resgate do modal ferroviário e traduz, de forma concreta, a seriedade com que o Brasil está encarando o seu plano de revitalização do setor, que, por certo, vai inaugurar uma nova fase para o desenvolvimento do país e criar condições adequadas para a melhoria da qualidade de vida da população em geral. É por tudo isso que a obra é tão prioritária, um processo que não pode parar.
A Ferrovia Norte-Sul, tal o seu significado para o país, já foi até definida como a “espinha dorsal” do desenvolvimento brasileiro. A importância estratégica dos novos trechos é exatamente para completar o processo de integração de todas as regiões brasileiras à nova dinâmica que o modal ferroviário vai oferecer à sociedade a aos segmentos produtivos como um todo.
Alguns dos novos trechos têm, inclusive, a função primordial de fazer ligação da Norte-Sul às redes ferroviárias já existentes. Inicialmente, o projeto se interligaria à Estrada de Ferro Carajás, em Açailândia (MA), e à Ferrovia Centro-Atlântica, em Anápolis (GO). Agora, além de se conectar ao Porto de Belém, ela vai se conectar à Ferroban, em Estrela D´Oeste (SP). Isso, sem contar as possibilidades que se abrem com a construção de ramais, como os de Brasília e Goiânia, dois dos maiores mercados do planalto central brasileiro.
Trechos concluídos
- De 1987, quando se iniciaram as obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, a 1989, no governo Sarney, foram construídos 95 km de estrada, ligando as cidades de Açailândia e Imperatriz, no Maranhão.
- De 1995 a 2002, no governo Fernando Henrique, foram construídos 120 km, ligando Imperatriz a Aguiarnópolis (TO).
- No governo do presidente Lula, a Ferrovia Norte-Sul passou a ter grandes avanços e um ritmo bem mais acelerado em suas obras. Ao todo, já foram construídos 504 km, de Aguiarnópolis a Palmas, no Tocantins, e 855 km, entre Palmas e Anápolis, em Goiás, estão em obras, com conclusão prevista para o final de 2010. No trecho já concluído, os pátios multimodais começam a ser ocupados por grandes empresas, interessadas nas facilidades e economia do transporte ferroviário.
Trechos em obras
- Entre Guaraí e Palmas, cujo trecho é de 139 km, as obras foram finalizadas em agosto.
- Do Pátio Multimodal de Palmas, onde mais de uma dezena de grandes empresas estão se preparando para implementar suas estruturas de armazenagem e carga e descarga de produtos como etanol, fertilizantes, minérios e grãos, até o Córrego Jaboti, a 100 km ao sul do pátio, as obras já estão também bastante adiantadas, com conclusão prevista para este mês de outubro.
- Do Córrego Jaboti ao Córrego do Chicote, a 65 km ao sul do Pátio de Gurupi, são mais 211 km de estrada em andamento, com conclusão prevista para dezembro de 2010.
- Do Córrego Chicote ao Rio Canabrava, já em Goiás, são mais 65,8 km em construção, com previsão de entrega para outubro de 2010.
- Do Rio Canabrava à rodovia GO 244, em Porangatu, Goiás, são 51,5 km, com o trecho já contando com mais de 80% das obras realizadas, com término previsto para este mês.
- Da GO 244 à GO 239, em Mara Rosa, o trecho de 75,8 km foi iniciado em dezembro de 2009 e será concluído também neste mês de outubro.
- De Mara Rosa ao Pátio de Uruaçu, as obras foram iniciadas em junho de 2009 e serão finalizadas em outubro de 2010, num trecho de 71 km.
- Do Pátio de Uruaçu ao Pátio de Santa Isabel, o trecho de 105 km já conta com cerca de quase 50% das obras realizadas, com previsão de conclusão para outubro de 2010.
- De Santa Isabel até o Pátio de Jaraguá são mais 71 km, cujo trecho já conta com 55,5% das obras realizadas, devendo estar concluído também em outubro de 2010.
- Do Pátio de Jaraguá a Ouro Verde são mais 53 km, cujas obras foram iniciadas em dezembro de 2009 e serão concluídas em outubro deste ano.
- De Ouro Verde a Anápolis, o trecho de 39 km já está com as obras bem adiantadas, restando apenas o assentamento dos trilhos, o que deverá ser concluído neste mês.
- No trecho de Anápolis até o Porto Seco, onde a Norte-Sul se conectará com a Ferrovia Centro-Atlântica, os 12 km da ferrovia já estão com quase 100% das obras realizadas, devendo ficar prontos em outubro de 2010.
Hoje, nos 13 lotes que estão em obras, perfazendo um total de quase 1.000 km, as empresas envolvidas no esquema de construção da Ferrovia Norte-Sul representam um total de 16.650 empregos diretos e 50 mil indiretos.
Praticamente todo esse pessoal ficará, enquanto perdurarem as obras, abrigado nos acampamentos montados pelas empresas que executam as obras em cada um dos trechos, ou mesmo residindo ou se hospedando nas cidades mais próximas das obras. (Zacarias Martins, com informações da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Gurupi)
domingo, 24 de outubro de 2010
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Um comentário:
”Alternativa tecnicamente melhor para Tocantins, Goiás, Minas e São Paulo de expansão e trajeto da ferrovia Norte Sul”
Proposta de extensão do trajeto para linha ferroviária Norte Sul, que além de mais vantajosa com relação à proposta original, que está planejada para passar pelos extremos oeste mineiro, Limeira do Oeste e Iturama, e paulista em Santa Fé do Sul e Fernandópolis em locais de baixas demandas e fluxo de cargas, além de um custo e tempo muito maior para a implantação e operação a se somar aos vários anos paralisadas, ela é extremamente benéfica, econômica, de mais rápida utilização e tecnicamente mais conveniente principalmente para uma região importantíssima em Minas, o Triângulo Mineiro, que de sua divisa com Goiás no município de Itumbiara como Monte Alegre de Minas, Prata e Frutal, até adentrar ao centro norte de São Paulo na cidade de Colômbia, se irá restaurar, reaproveitar e revitalizar praticamente 100% das malhas paulistas e mineiras existentes rumo ao interior que hoje se encontram ociosas ou subutilizadas, além do fato de terminar exatamente no mesmo local, o município de Panorama, podendo eventualmente ser utilizada para os futuros trens regionais de passageiros, algo que se torna inviabilizado se for mantida a atual proposta original política, ou ainda por Araguari, Uberlândia, Uberaba e Campinas atualmente servidas por uma ferrovia particular, que poderá ser revigorada, uma vez que hoje funciona de forma precária a F C A antiga Mogiana que recentemente devolveu centenas de km de linhas e utiliza a bitola métrica e poderá instalar a mista e que finalmente poderá ter sua ligação consistente com São Paulo rumo ao porto, que é logisticamente mais conveniente, evitando que haja um trajeto inútil “passeio” pelo interior, e mais centenas de km de ferrovias paulistas tenham o mesmo destino das devolvidas pela FCA, ou seja o sucateamento.
O texto complementar completo referente ao estado de SP pode ser visto em “Abrir os gargalos” na Revista Ferroviária, ou em São Paulo TREM jeito, onde consta um mapa ilustrativo.
“Como conseguir 700 km de ferrovias a custo mínimo”
de Paulo Roberto Filomeno
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