segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Presidentes de câmaras discutem criação do Estado de Carajás

Vereadores atentos às palestras

Donizete Silva, Miguelito Filho e Agnaldo Ávila

Vereadores presidentes de câmaras municipais das regiões sul e sudeste do estado se reuniram em Parauapebas, na última quinta-feira (30), para fortalecer o movimento de criação do Estado de Carajás.
Tendo como anfitrião o vereador Agnaldo Ávila de Brito, presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Parauapebas, o encontro foi coordenado pela União dos Vereadores do Sul e Sudeste do Pará (Uvespa), que é presidida pelo vereador Donizete Alves da Silva, de São Geraldo do Araguaia, com apoio dos vereadores Agnaldo Ávila e Miguel Gomes Filho (Miguelito), presidente da Câmara Municipal de Marabá, e contou com a presença de mais de duas dezenas de vereadores de Parauapebas, Marabá, São Domingos do Araguaia, Breu Branco, São João do Araguaia, Dom Elizeu, São Geraldo do Araguaia, Pacajá, Brejo Grande do Araguaia, Tucumã, Ourilândia do Norte e outros.
Ao usar a palavra, o vereador Agnaldo Ávila deu as boas vindas aos colegas de parlamento, elogiou o esforço dos vereadores em se deslocar de seus municípios para Parauapebas e lamentou a presença de vereadores de cidades vizinhas como Curionópolis, Canaã dos Carajás e Eldorado do Carajás.
Em seguida, Agnaldo Ávila destacou a necessidade de se criar o sonhado Estado de Carajás, mostrando o descaso dos governantes do Pará para as regiões sul e sudeste do estado, especialmente para Parauapebas, município esquecido pelo governo do Estado.
Segundo Ávila, há muitos anos os governadores do Pará não investem na educação e nem na segurança pública em Parauapebas. O vereador revelou aos presentes que todas as despesas com segurança pública, exceto o soldo (salário) dos policiais, é mantida pela prefeitura, como pagamento de aluguel e manutenção de veículos para PM, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros; aluguel de casas para delegado e comandante da PM; cessão de servidores municipais, entre outras despesas.
Por sua vez, Miguelito Filho enumerou os problemas enfrentados pela população da região com a falta de investimentos na área de saúde, destacando que até a AIH (Autorização de Internação Hospitalar) são mais baratas que em Castanhal, Abaetetuba e outros municípios da grande Belém.
O presidente da Câmara Municipal de Marabá fez referência a diagnóstico feito pela Cia. Vale do Rio Doce sobre o crescimento da população na região nos próximos três anos, lembrando que isto pode transformar as regiões sul e sudeste do Pará num “inferno”, pois, no seu entender, o poder público não vai poder atender os problemas sociais com o aumento da população.
Por outro lado, Donizete Silva enfatizou a necessidade do empenho de todos os vereadores associados à Uvespa na luta pela criação do Estado de Carajás, visitando os 39 municípios, reunindo com as comunidades e sugerindo que a população também levante essa bandeira. Outros vereadores também usaram a palavra, todos irmanados na luta em prol da criação da nova unidade federativa e protestando sobre o movimento existente na capital do estado contra a emancipação de Carajás.

Um comentário:

Roberto C. Limeira de Castro disse...

Caro Mestre Waldyr,

Acabo de reproduzir no Blog Brasil Novo esta bela notícia que você nos deu em primeira mão, no seu.

Espero que outros Blogs favoráveis à emancipação de Carajás também divulguem a notícia, para o que o povo tome conhecimento do crescimento da campanha.

Cada vereador desses, arrastará uma multidão de carajaenses para votar "Sim" no plebiscito.

É como afirmei anteriormente: O embrião da futura Assembléia Legislativa do Novo Estado.

Quando fazemos a história, nem sempre tomamos consciência da importância daquele nosso ato para as atuais e futuras gerações.

Para mim, que nunca vi isso em mais de 20 anos de estudos da luta emancipacionista em cerca de 10 projetos de criação de novos Estados, esse acontecimento é mais do que história, porque se configura numa aula de estratégia de emancipação que os vereadores de Carajás dão a todas as demais regiões do Brasil que desejam se emancipar.

Comparo esse momento histórico muito superior ao movimento dos vereadores de Paranaguá, em 1811 e 1821, quando da emancipação do Paraná da Província de São Paulo.