terça-feira, 25 de setembro de 2007

No Irã, ser bahá´í foi, é e continua sendo… crime!

Existem pessoas que foram demitidas de seus empregos há mais de duas décadas. Existem pessoas que tiveram seus bens confiscados pelo governo. Existem pessoas que foram proibidas de expressar sua crença religiosa. Existem pessoas que foram presas sem julgamento e fuziladas porque se recusaram a negar sua fé. Existem pessoas que tiveram o futuro arrancado de seus pés.
Não estou me referindo a uma pessoa, embora seja tão cruel para um quanto para uma dezena. Não me refiro aqui a dezenas ou centenas de pessoas, nem a cinco mil pessoas ou vinte e oito mil. As pessoas que continuam tendo seus direitos humanos violados - mesmo que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em dezembro de 1948, esteja para celebrar seus 60° aniversário - se contam aos milhares. Melhor, formam um contingente formidável de nada menos de 350.000 pessoas.
A juventude, essa força da natureza que é capaz de mover o mundo e fazer avançar a civilização, é privada de educação superior, de fazer cursos universitários, de coroar seus esforços com a colação de grau em engenharia, filosofia, jornalismo, direito, medicina, arquitetura, enfermagem, geografia, administração, economia e por aí vai.
Bem, as pessoas a que me refiro residem - todas elas - no Irã. O crime, desde 1844 até hoje, continua o mesmo: são bahá´ís. Ou melhor, acreditam em coisas tão heréticas e subversivas como a igualdade de direitos entre homens e mulheres, a eliminação de todas as formas de preconceito, a harmonia essencial entre a religião, a ciência e a razão. E carregam consigo uma sentença para seus algozes, amarga, para essas vítimas, doce como mel: acreditam que existe apenas um Deus (não importa por qual nome O invoquemos!), uma humanidade (que é como uma imensa família) e que a religião é uma só (pois o Deus é o mesmo, e os ensinamentos religiosos são transmitidos a humanidade por etapas, de acordo com a necessidade dos povos e das épocas).
Até quando seres humanos serão reduzidos a uma condição subumana? E algozes farão pouco caso, muito pouco caso, de sua própria condição de humanos? Para ouvir no silêncio das cyber vias as vozes dessas milhares de pessoas, basta arranjar um tempo e acessar http://www.bahai.org.br/portasfechadas.
Por que ‘portas fechadas?’ Por que as portas das universidades estão, para eles, os jovens bahá´ís no Irã, fechadas?.
(Washington Araújo, do blog http://www.cidadaodomundo.org/)

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto pertinente, bem escrito, ótima argumentação e tem o aroma de quem ama a humanidade. Parabéns Waldir!!!