Francesco Costa
A problemática é ainda maior quando a culpa é constantemente transferida, deixando a coletividade em busca de um culpado. Por mais que se faça em uma cidade que cresce aceleradamente, o problema é invencível. Afinal, juntos com o crescimento de Parauapebas crescem também seus problemas.
É o trânsito que por mais que se instale semáforo não reduz os acidentes; o sistema de abastecimento de água, que mesmo com sua ampliação continua deixando descontentes; e as escolas, que por mais que se construa ou alugue prédios para a adaptação de anexos dão muito que falar!
A segurança pública, então, coitada, só não é mais falada por ter um nome só e por enquanto não encontraram apelido que aceitasse alguém assim tão achincalhado.
O prefeito investe, ou melhor, ajuda, uma vez que segurança pública é obrigação do estado, que por sua vez está longe da realidade em que vivemos. Os comandantes dizem agir com seus, segundo eles, poucos homens nas ruas.
Policiais prendem menores infratores, mas o sistema, cheio de “direitos humanos”, aliado ao Conselho Tutelar e a pais tolerantes, devolve estes “aprendizes de delinquentes” às ruas. Os maiores de idade, quando se tornam presos de justiça, à espera de julgamento, dão um jeitinho de escapar pelos buracos ou, agora, pela porta da frente.
Autoridades de segurança sinalizam a construção de presídio, mas autoridades políticas discordam sem justificar, muito bem, os motivos. Alguns citam o método usado pelo município vizinho, Curionópolis, no governo anterior, como solução, mas alguns parecem preferir os sobressaltos de bandidos à presença de um “ditador”.
As estatísticas apontam o aumento da criminalidade, mas os sociólogos não apresentam diagnósticos da causa. Os discursos políticos dão conta de que a solução está em investir em educação, mas se vê também bandidos intelectuais arquitetarem grandes ações corruptas. “Vamos fazer a inclusão digital”, afirmam os políticos mais otimistas, mas logo se veem jovens hackers surgindo como “batatas”, se infiltrando em entidades e unidades econômicas e causando danos incalculáveis.
Antes da democracia, o povo lutava por liberdade, mas agora vive clamando pela construção de presídios. Quando o povo não tinha escola culpava a ignorância, mas hoje crucifica o excesso de conhecimento. Sabe-se, portanto, que não se faz omelete sem quebrar os ovos, e certamente não se pode mudar o gráfico da criminalidade nem em Parauapebas, ou qualquer outro lugar do mundo, enquanto tratarmos bandidos como gente de bem.
Direitos humanos só se aplicam a “seres humanos”.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
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