Amigos leitores; não costumo legislar em causa própria, mas chega o momento em que algumas explicações se fazem necessárias. Senão vejamos. Quero de antemão agradecer à grande parcela de torcedores marabaenses, e parte da imprensa de Marabá, que, mesmo no desespero pela pífia campanha que o Águia realiza em 2011, com 13 jogos e apenas uma vitória, pedem insistentemente meu nome no comando técnico do Águia, cuja situação nunca foi e não é um projeto meu.
Entendo que a regra zero da comunicação é ouvir os dois lados. No entanto, se houver regra para o ‘comentário’, que seja conhecer sobre o assunto que se comenta.
Ouvi certo comentário de cronista local que dizia que eu não teria experiência para dirigir um ‘Águia de Marabá’, mesmo na circunstância que está o querido Azulão Marabaense.
Ora, se meu currículo não é suficiente para dirigir um time do porte do Águia, então devem dizer o mesmo de quem colocou Galvão, sem nunca ter treinado sequer uma escolinha de futebol, para comandar o time aguiano em 2004, em substituição a João Duarte, que não fazia boa campanha.
Deverão falar o mesmo sobre quem colocou o Dunga, outro que nunca treinou sequer uma escolinha de futebol, para comandar a seleção mais importante do mundo.
Ainda têm aqueles que vão querer alegar, mas eles jogaram bola. Sim, jogaram, mas quem disse que o Parreira jogou? E foi ele quem tirou o Brasil da longa fila de 24 anos sem conquistar uma Copa do Mundo.
O jornalista João Saldanha também nunca chutou uma bola e foi o homem que montou o time campeão de 70, não tendo ficado para comandar o time na copa por não aceitar intromissão no seu trabalho. Nem de longe quero me comparar a esses ‘monstros’ do esporte brasileiro, porém, alguns de nossas características são iguais.
Somente para o consumo de quem não me conhece, quero afirmar que comecei a comandar futebol aos 15 anos (em 1986), quando treinava garotos de 17 anos.
De 1991 a 1994 fui comandante da Seleção Estudantil de Marabá, que ganhou o tricampeonato dos Jogos Estudantis Paraenses (invictos). Em 1993, com 22 anos, comandei a Sociedade Amapaense, tendo levado o time às semifinais do Marabaense, ocasião em que larguei o time por não aceitar um jogador bêbado que um diretor queria me empurrar de ‘guela abaixo’.
Em 1994, fomos campeões da Mini Copa (Marabaense Sub-20); no mesmo ano, levamos a Seleção de Marabá Sub-20 ao vice-campeonato Intermunicipal, que ganhamos dentro de campo, mas a FPF nos tomou o título, alegando que o Biro-Biro, atleta que nunca havia jogado fora do Novo Horizontino, seria jogador do Paysandu.
Em 2001, levamos o Sub-20 do Águia de Marabá ao terceiro lugar da Copa Centro Oeste, em Goiânia (GO), cujo torneio contou com 16 clubes dos estados do Pará, Tocantins, Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás; conquistamos o bicampeonato com o CRB da Copa Tatuzão (Segunda Divisão) em 2005 e 2006; conquistamos o Campeonato Marabaense da Segunda Divisão (invicto) e acesso à Primeira Divisão, com o Vila Consulta, em 2006.
Levamos o Morada Nova com uma base muito jovem ao segundo lugar da Taça Tião Miranda, em 2008; e de quebra ainda ganhamos cerca de 500 troféus, sendo oito em torneio de base internacional, e mais nove vices nestas copas realizadas nas regiões sul e sudeste do país; e ainda revelamos mais de 50 jogadores profissionais, tendo alguns sido convocados para Seleção Brasileira das categorias de base, enquanto a maioria continua brilhando o Brasil e exterior, levando o nome de Marabá.
Como perguntar não ofende. Será que este currículo não dá direito a um marabaense (nascido aqui) comandar um time desta cidade, mesmo não estando eu obcecado por este objetivo? (Bira Ramos, blog. www.biraramos.blogspot.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário