Um grupo de moradores ocupantes de áreas consideradas impróprias para moradia invadiu na manhã desta quarta-feira (6) o prédio da Prefeitura de Parauapebas, sob a alegação de pressionar o prefeito municipal a cumprir a promessa de liberar área digna para aquelas famílias morar.
A polícia foi chamada às pressas para acalmar os ânimos dos manifestantes, que, mesmo sendo informados que o gestor municipal não se encontrava naquele momento no interior do prédio, insistiam em permanecerem ali até o prefeito chegar.
Mas de nada adiantou a insistência das famílias, porque a polícia chegou e retirou os manifestantes do interior do prédio. Do lado de fora, os sem-teto usaram carro de som, faixas e cartazes exigindo que fossem atendidos em seus pleitos.
Insatisfeita por não ter sido atendida na prefeitura, a dona de casa Leila de Souza Almeida, que se disse moradora há 3 anos na invasão denominada Odilolândia, declarou à reportagem do CORREIO DO TOCANTINS que durante todo este tempo a “prefeitura vem enrolando” as mais de 200 famílias que ali residem, sem definir área para que os moradores daquela ocupação sejam remanejados.
“Dia desses eles nos informaram que conseguiram uma área pra botar a gente localizada na divisa dos municípios de Parauapebas e Curionópolis, mas nós não queremos ir pra lá, porque é muito longe”, reagiu Leila Almeida.
O morador Josafá Gomes de Farias protestou pela presença da polícia que impediu os manifestantes de entrar no prédio da prefeitura. “Estamos aqui reivindicando nossos direitos. Além do mais, não estamos pedindo nada a ninguém, até porque vamos pagar os lotes para onde seremos remanejados”.
COMITIVA
Com a chegada da imprensa, o secretário municipal de Habitação, Antonio Pereira Neto, pediu que a polícia liberasse a porta principal do Centro Administrativo da Prefeitura e sugeriu que os manifestantes formassem uma comissão para discutir o assunto no gabinete do secretário.
Na reunião com os representantes das famílias de sem-teto, Antonio Neto explicou que a prefeitura está envidando esforços para desapropriar área e instalar as famílias que residem em barracos construídos no Morro do Chapéu, Chácara da Lua e Riacho Doce, áreas consideradas de risco para moradia.
“Mas a coisa não tem sido tão fácil como muita gente imagina”, desculpou o secretário de Habitação, explicando que o governo municipal tem penado para desapropriar áreas e assentar essas famílias.
Antonio Neto apresentou um mapa do projeto de habitação que visa atender aos sem-teto efetivamente cadastrados na prefeitura, explicando que cada morador vai receber o lote urbano e um kit com material básico para construção de casa popular. “Mas isso não será de graça, pois vamos cobrar 50% do valor utilizado na compra do terreno e do material de construção, com pagamento num prazo de até dez anos”, arremata o secretário. (Waldyr Silva/CT)
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