terça-feira, 18 de maio de 2010

Empresas de fora continuam aplicando calote em Parauapebas

Fotos: Bariloche Silva




Ao longo dos últimos anos, muitas empresas de fora de Parauapebas vêm dando calote a comerciantes locais, e isto tem causado revolta e indignação em todos que deram crédito a essas empresas, acreditando ou confiando muitas vezes na mineradora Vale.
Segundo os comerciantes, as empresas que se apresentaram para comprar na praça também usam a Vale para pedir crédito, e o pior, parece não possuir capital de giro próprio, pois esperam pagar as dívidas assumidas na praça com o faturamento que esperam ter dos trabalhos que irão executar para a mineradora.
Na opinião da diretoria da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Parauapebas (Acip), isso é inaceitável, pois é fato corriqueiro que qualquer empresa que vai iniciar suas atividades terá que dispor de capital de giro para pelo menos os primeiros três a seis meses, até que suas atividades deslanchem.
“As lojas de boa fé precisam vender, e muitas vezes são iludidas pela lábia e pelo poder aparente. Outros, confiando na Vale, terminam vendendo sem tomar os cuidados necessários de se elaborar um cadastro, exigir cópia do contrato, firmar contrato de prestação de serviços e fornecimento de produto no qual poderiam ficar estabelecidas as condições, forma de pagamento, prazo, circulação de multa, quebra de contrato”, denuncia Manoel Chaves, assessor jurídico da Acip.
Essas colocações explanadas por Manoel Chaves foram entregues num documento ao presidente da Câmara Municipal de Parauapebas para estudar as ideias da Acip, cujo teor evita que os comerciantes locais possam ser prejudicados.
O documento foi entregue durante reunião na Câmara Municipal entre diretores da Acip e os vereadores José Adelson, Odilon Rocha, Faisal Salmen, Euzébio Rodrigues, Wolner Wagner, Israel Miquinha e representantes da mineradora Vale.
Após as colocações de José Rinaldo, atual presidente da Acip, cópias dos documentos foram entregues a todos os participantes, ficando as autoridades responsáveis por estudarem as sugestão e reivindicações, sendo que uma das mais esperadas pelos comerciantes é o “Nada Consta” que seria fornecido pela Acip e exigido pela Vale, pois a Acip entende que iria dar tranquilidade e segurança nas relações comerciais e jurídicas, envolvendo fornecedores e empresas de fora, evitando polêmicas, como os casos da Doppler e Hidelma.
A Acip está elaborando ainda um levantamento de todas empresas de fora que aplicaram calote nos empresários locais. A pedido da Vale, está também desenvolvendo um termo de ocorrência de toda e qualquer denúncia de empresa que esteja devendo a credores locais e no final do mês será elaborado um relatório que será enviado à Vale e ao Ministério Público, para adoção de medidas cabíveis. (Bariloche Silva)

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