A senteça foi proferida no início da madrugada deste sábado (1º), após mais de 16 horas de julgamento no Fórum Criminal de Belém.
Regivaldo foi condenado por maioria dos votos a 29 anos de reclusão, com mais um ano de agravante, por ser a vítima uma idosa, na época com 73 anos, e que não teve chance de defesa.
A pena é a mesma que foi aplicada ao fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", que também foi condenado sob acusação de mando do crime, em sessão realizada no dia 12 de abril. Regivaldo também foi condenado a pagar as custas do processo.
O prazo legal para recorrer da sentença é de cinco dias. Ainda na tribuna, o advogado Jânio Siqueira declarou que vai recorrer dentro do prazo legal.
Caso – O crime aconteceu por volta das 7h30 do dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público, a missionária seguia para uma reunião com colonos para tratar de questões referentes ao Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS).
No caminho, encontrou Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista, que aguardavam a passagem da vítima. Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros, disparados por Rayfran, réu confesso. Clodoaldo atuou como facilitador para a ação de Rayfran, distraindo a vítima.
O crime teria sido encomendado a um valor de R$ 50 mil, sendo Rayfran e Clodoaldo denunciados como executores, Amair Feijoli da Cunha como intermediador, e os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão como mandantes. Com a condenação de Regivaldo, todos os acusados já foram condenados.
Condenação histórica – A irmã Rebeca Spires, da Congregação de Notre Dame, à qual Dorothy Stang era filiada, declarou que a condenação de Regivaldo Galvão foi um marco para o Pará.
As declarações vieram logo após a informação de que o advogado de defesa vai recorrer da sentença. "É natural que a defesa vá fazer uso de tudo o que o sistema judicial dispor, mas a condeação dele (Regivaldo) foi um marco para a história do Pará", comentou.
Para a religiosa, a decisão foi correta, porque foi condizente com as provas fornecidas durante o julgamento. "Foi fruto de todo um trabalho árduo de investigação do Ministério Público, da assistência da acusação e da sociedade civil, exigindo ação e, por isso, uma coisa boa para o nosso estado. Como alguém me disse hoje: foi uma vitória para a Amazônia", afirmou.
Ainda segundo a religiosa, a esperança é que essa condenação sirva de exemplo para que a violência no campo no Pará diminua. (Fonte: Portal ORM)
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