Os primeiros testes clínicos com uma vacina
experimental contra a malária foram bem sucedidos, segundo uma publicação na
revista “Science”. Além de seguro, eles geraram uma resposta do sistema imune e
ofereceram proteção contra a infecção em adultos sadios, de até 90%. O
imunizante, conhecido como PfSPZ, foi desenvolvimento por cientistas da
companhia Sanaria, de Rockville, nos Estados Unidos. Os próximos testes
ocorrerão na África.
A avaliação clínica foi conduzida por pesquisadores
do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA. A malária é
transmitida a humanos pela picada do mosquito infectado. O parasita, num
estágio ainda imaturo, chamado esporozoíto, circula pelo fígado, onde se
multiplica, e então se espalha pela corrente sanguínea, quando os sintomas se
manifestam.
A vacina é composta de esporozoítos enfraquecidos da
espécie Plasmodium falciparum, o mais mortal dos parasitas causadores da
malária.
“O peso global da malária é extraordinário e
inaceitável”, afirmou o diretor do instituto, Anthony S.Fauci. Cientistas e
funcionários de saúde tiveram ganhos significativos em caracterizar, tratar e
prevenir a malária. Entretanto, a vacina permaneceu um objetivo a se atingir. “Estamos
esperançosos de que estamos perto de mais um passo à frente”.
De acordo com os últimos números da Organização
Mundial de Saúde (OMS), ocorreram 219 milhões de casos de malária em todo o
mundo em 2010, com cerca de 660 mil mortes. A doença é uma das maiores
assassinas do mundo, sobretudo na África.
A primeira fase de testes contou com 57 voluntários
adultos, com idades entre 18 e 45 anos, que nunca tiveram malária. Destes,
apenas 40 participantes receberam o imunizante. Para avaliar sua segurança,
foram administradas entre eles de duas a seis doses intravenosas da vacina.
Depois, os participantes foram monitorados por uma semana e nenhum efeito
adverso associado a ela foi registrado.
Com base em exames de sangue, os cientistas
descobriram que os participantes que receberam as maiores dosagens do PfSPZ
desenvolveram mais anticorpos contra a malária e mais células T – tipo de
célula do sistema imune – específicas à vacina tomada.
Para avaliar se e como ela prevenia contra a
infecção, cada participante – tanto os vacinados quanto os que não receberam o
imunizante – foram expostos a picadas do mosquito. Os pesquisadores mostraram
que os que receberam as maiores dosagens tiveram os maiores índices de
proteção.
“Estes resultados experimentais são promissores para
a geração de uma proteção contra a infecção da malária”, afirmou Anthony Fauci. (Fonte: O Globo – Online)
Nenhum comentário:
Postar um comentário