Fotos: Divulgação e Waldyr Silva
Seguindo orientação do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal dos Estados do Pará e Amapá (Sindjuf-PA/AP), com sede em Belém, servidores do Cartório Eleitoral de Parauapebas, responsável pela 75ª Zona Eleitoral, que abrange os municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, com um total de 135.718 eleitores, sendo 111.921 de Parauapebas e 23.797 de Canaã, entraram em estado de greve desde a última terça-feira (28), por tempo indeterminado.
O chefe do cartório Rafael Xavier Arruda informou à reportagem que servidores da Justiça Eleitoral de grandes colégios eleitorais paraenses, como Belém, Ananindeua, Capanema, Santarém, Itaituba, Paragominas, Marabá, Tucuruí, entre outras comarcas, já aderiram à greve nacional.
Segundo Rafael Xavier, dos 12 serventuários lotados no cartório da 75ª Zona Eleitoral, apenas dois são do quadro do Judiciário Federal e os outros dez são servidores públicos cedidos pela Prefeitura de Parauapebas, que por sua vez não estão em greve.
Indagado como fica o funcionamento da repartição pública nestes dias de paralisação, o chefe de cartório respondeu que quatro funcionários da prefeitura estão se revezando no atendimento diário ao público, dois pela manhã e dois à tarde, no que diz respeito aos serviços essenciais, tais como informações básicas sobre locais de votação, composição de mesários, recebimento de eventuais denúncias de propaganda eleitoral irregular, entre outras.
Por outro lado, o órgão deixa de fazer consultas a processos, lavrar auto de infração contra candidato e eleitor, acessar o sistema online interno do TRE-PA e do TSE, uma vez que esses serviços são de competência dos dois servidores públicos federais, Cláudia Milena e Rafael Xavier, que estão de braços cruzados.
De acordo ainda com Rafael Xavier, a categoria exige do governo federal um percentual de 42% referente a perdas salariais acumuladas nos últimos seis anos, mais 12% de reajuste salarial, mas a proposta do governo, até agora, só tem chegado a 15,8%, para os próximos três anos, percentual que os grevistas não estão concordando em aceitar.
Em conversa informal com o juiz eleitoral Líbio Araujo Moura, ele se mostrou preocupado com a situação, que pode atrapalhar o processo eleitoral, mas admite que não tem nenhuma ingerência sobre a greve dos servidores públicos federais.
ATO PÚBLICO EM BELÉM
A decisão de adesão à greve nos cartórios eleitorais do interior do Pará foi tomada durante a assembleia geral do Sindjuf-PA/AP realizada no dia 22, no hall do TRE, em Belém. Na sexta-feira (24), os servidores do TRE-PA e de outros tribunais tomaram as ruas do Bairro Campina, em Belém, com placas, faixas, apitos e cornetas. O objetivo do ato público foi chamar a atenção da sociedade para o drama vivido pelos servidores do Judiciário Federal.
Na terça-feira (28), cerca de 100 servidores do TRE-PA, TRT-8ª, JF e JM, com o reforço dos grevistas do MPU, se valeram de muito humor para tratar de assuntos nada engraçado, como a apatia do governo federal em relação ao reajuste da categoria e o sucateamento do funcionalismo público.
Os servidores do Judiciário Federal do Estado vestiram coletes, pegaram apitos e faixas e mostraram determinação na luta pela aprovação do reajuste salarial.
Servidores insatisfeitos com o tratamento imputado pelo governo federal, que tenta equiparar os salários dos trabalhadores com base nos menores valores, desvalorizando o trabalho prestado à sociedade, foram incisivos sobre a importância de depositar todas as energias para expandir a greve na capital e no interior.
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