O presidente do comitê organizador dos Jogos Pan-americanos (Co-Rio), Carlos Arthur Nuzman, considerou as vaias dadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de abertura do Pan “injustas e não merecidas”.
Segundo Nuzman, o empenho pessoal do presidente Lula foi fundamental para viabilizar a realização do grande espetáculo que foi a cerimônia de abertura e dos próprios jogos. “Por isso, os muitos elogios que estamos recebendo de todas as partes do Brasil e do mundo à cerimônia devem ser estendidos ao presidente Lula", reconhece.
Nuzman argumentou ainda que a cerimônia serviu de "vitrine" para o Brasil. "O espetáculo de abertura dos jogos, sexta-feira (13), no Maracanã, foi uma grande oportunidade de demonstração ao mundo da nossa capacidade de organizar grandes eventos".
Montagem
O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse ter estranhado as vaias levadas pelo presidente Lula da Silva. "O que aconteceu me pareceu muito estranho, talvez algo montado. Percebi um foco posicionado em uma tribuna, à esquerda, de onde pareciam começar as vaias. Mas acho que não macula a nossa bela cerimônia, porque o que fica é a dimensão desta festa", contemporizou.
O ministro evocou ainda a figura do dramaturgo Nelson Rodrigues para explicar a vaia, "Como dizia o grande Nelson Rodrigues, no Maracanã se vaia até o minuto de silêncio". Para Silva, a manifestação foi um fato isolado no "conjunto da obra".
Alerta
As vaias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Maracanã, foram uma surpresa para ele, seus aliados e até para a oposição. "Foi bom para ele não confundir popularidade com onipotência", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
"É bom para ele não se achar dono da opinião pública e saber que há súditos que vaiam", comentou o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB.
"Essa ação no Maracanã foi fruto de irreverência, um gesto de meninada que quer fazer barulho", rebateu o senador Romero Jucá (RR), líder do governo.
Para o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), uma série de desacertos do governo no semestre - a crise dos aeroportos, o episódio Renan Calheiros no Senado e os sucessivos escândalos de corrupção - justifica a vaia. "A população começa a ver o governo com outros olhos", disse.
Os oposicionistas entenderam que a vaia no Maracanã adveio de um conjunto de pessoas que não formam no público que aprova o presidente. "Ficou claro que uma parcela da população o rejeita", avaliou ACM Neto.
Um assessor disse que Lula classificou as vaias como "molecagem", que ficou muito irritado e teria dito: "Não tenho medo de vaia". (Fonte: G1)
segunda-feira, 16 de julho de 2007
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