sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Música clássica é nova aliada na preservação da Amazônia

A música clássica de João Carlos Martins se junta aos esforços pela preservação da floresta amazônica, neste sábado (6), quando o pianista e maestro se apresentará no Carnegie Hall, em Nova York, com a Orquestra Bachiana de Câmara, dando início ao projeto Amazon Forever (Amazônia para Sempre).
O concerto tem como finalidade mobilizar os norte-americanos para a questão amazônica e reunir potenciais doadores e financiadores para o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
Criado pelo governo brasileiro em 2002, em parceria com organizações da sociedade civil, o programa Arpa possui supervisão do Ministério do Meio Ambiente e de órgãos gestores, bem como parceria técnico-financeira com governos estaduais e municipais e com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), além dos doadores Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) - por meio do Banco Mundial -, WWF-Brasil e KFW. Em 10 anos, o investimento estimado para o Arpa é de US$ 400 milhões.
Com o programa, o governo federal contribui para a consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). A meta é proteger pelo menos 50 milhões de hectares de florestas na Amazônia por meio da consolidação de unidades de conservação já existentes e da criação e implementação e consolidação de novas unidades.
Na sua primeira fase, de quatro anos, foram investidos cerca de US$ 80 milhões no Arpa, recursos provenientes do governo federal (US$ 18 milhões) e dos doadores GEF (US$ 30 milhões), WWF (US$ 16 milhões) e KFW (US$ 14 milhões).
Esses recursos têm importância estratégica para o governo na implementação de políticas para o desenvolvimento sustentável e conservação da biodiversidade da Amazônia. Cerca de US$ 14 milhões foram utilizados para formar o Fundo de Áreas Protegidas, de capitalização permanente.
O concerto
O músico João Carlos Martins se apresenta na conceituada casa de shows novaiorquina com a Orquestra Bachiana de Câmara, em estréia dupla: pela primeira vez, Martins se apresenta como maestro no Carnegie Hall. Ao mesmo tempo, será a estréia de uma orquestra sinfônica brasileira nesse palco. Os ingressos, já esgotados, foram simbolicamente vendidos a US$ 1, já que o objetivo principal é atrair o público.
A apresentação terá a participação de 26 músicos brasileiros, que executarão a Suíte nº 1 de Bach, o Prelúdio Bachiano de Villa Lobos, além da estréia mundial da obra do compositor e pianista Stefan Melayers para a Amazônia.
Com importantes trabalhos sociais no Brasil, João Carlos Martins é reconhecido mundialmente como um dos principais intérpretes da obra de Johann Sebastian Bach. Após uma série de acidentes que paralisaram o movimento de suas mãos, o pianista resolveu dedicar-se à regência. No entanto, como não consegue mudar as páginas das partituras, precisa decorar toda a sinfonia para as apresentações.

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