Fotos: Waldyr Silva
Prédio na rua C, bairro Cidade Nova
Perito Guidoval Girard vai coordenar IML
Antiga aspiração da comunidade de Parauapebas e também de órgãos envolvidos nas áreas de segurança pública e de justiça, será inaugurada na próxima semana, provavelmente na terça ou quinta-feira, uma unidade do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, que vai abrigar o Instituto de Criminalística e o Instituto de Medicina Legal (IML).
O perito Guidoval Pantoja Girard, que vai dirigir a repartição em Parauapebas, já se encontra há três meses na cidade envidando esforços para instalação do órgão e seu efetivo funcionamento.
Tão logo entre em funcionamento, o IML vai atender, além de Parauapebas, os municípios de Canaã dos Carajás, Curionópolis e Eldorado do Carajás, que até então vêm recorrendo aos serviços do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves em Marabá para realização de exames de necropsia.
Ouvido pela reportagem nesta quarta-feira (18), Guidoval Girard informou que até a próxima segunda-feira (23) o prédio onde vai funcionar o IML, localizado na rua C nº 317, bairro Cidade Nova, vai estar com os serviços de adaptação concluídos, como instalação de central de ar, bebedouros, divisórias de vidros na recepção, mesas, cadeiras, computadores, telefones e outros serviços.
O prédio dispõe de três pavimentos. No térreo, ficam a recepção, secretaria, sala de necropsia, sala de médicos e outros espaços. Os corpos dão entrada pelo fundo do prédio. No segundo piso, sala de peritos, sala de odontólogos, sala de bioquímicos, cozinha e refeitório, enquanto que o último piso serve como alojamentos para profissionais que não são de Parauapebas.
Segundo o perito, o prédio é alugado pela prefeitura e cedido para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, que entra nesta parceria com a parte técnica operacional. A prefeitura contribui com mobiliário, espaço físico, 4 médicos, 4 auxiliares técnicos, 3 auxiliares administrativos, 3 motoristas, 3 vigias e 2 auxiliares de serviços gerais.
Por enquanto, o órgão vai contar apenas com dois peritos, que são o próprio Guidoval Girard, que acumula a função de administrador, e José Maria dos Santos Fernandes. Virão outros peritos, de Belém ou mesmo de Marabá, onde a demanda do IML vai diminuir.
Indagado quais são os serviços que o Instituto vai executar tão logo entre em funcionamento, Guidoval informou que o órgão vai atender 100% dos serviços de medicina legal, tais como necropsia, lesão corporal, conjunção carnal e ato libidinoso.
“Estamos treinando e credenciando dois bioquímicos da região para fazer os serviços de laboratório, dosagem alcoólica, colega de sangue, drogas”, informa o perito, acrescentando que Parauapebas hoje tem uma demanda mensal de 12 a 15 corpos. Marabá, com Parauapebas, Canaã, Curionópolis e Eldorado, atende cerca de oitenta corpos por mês.
Por enquanto, o IML vai contar com uma caminhonete S10 e aguarda um carro-tumba, que se encontra em Belém. “Um problema que vamos enfrentar no início é a falta de câmara fria, que não temos no momento. Mas já estamos buscando esse equipamento junto a outras instituições”.
Guidoval garante que os corpos entram na repartição para serem examinados sem nenhum contato com o público. “Ninguém, a não ser os profissionais, vai ver os cadáveres”.
Ele explica que corpos em adiantado estado decomposição serão examinados numa área no cemitério da cidade, que contará também com espaço para sepultamento de vítimas consideradas indigentes.
Segundo ainda o perito, o IML só atende casos de morte ou suspeita violenta, como acidente, afogamento, homicídio, envenenamento, erro médico. “Infelizmente, alguns exames ainda são feitos em Belém, como, por exemplo, DNA e outros”, lamenta.
Guidoval Girard finaliza a entrevista afirmando que a equipe de profissionais que vão integrar o IML lida com perda de vidas, “então, somos treinados para amenizar a dor da família para que a liberação do corpo para sepultamento não demore tanto”. Matéria veiculada na edição desta quinta-feira (19) no Jornal Correio do Tocantins
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