sábado, 9 de junho de 2012

Comerciante denuncia impacto ambiental provocado por lixão

Fotos: Waldyr Silva



O comerciante Gilson Moreira Farinha, 48 anos, dono de uma propriedade rural localizada em frente ao depósito municipal de lixo, na estrada de acesso à zona rural, em Parauapebas, procurou a reportagem na última quinta-feira (7) para denunciar que os resíduos domésticos e industriais jogados no lixão vêm provocando enormes prejuízos para o meio ambiente, particularmente para a propriedade dele, uma vez que o chorume produzido pelo acúmulo de lixo atravessa toda a sua área e desemboca no Rio Parauapebas.

Além do chorume e do mau cheiro exalado pelo lixão, Gilson Farinha reclama também que estes problemas vêm atraindo centenas de urubus para a sua chácara, conduzindo alimentos podres e espalhando na propriedade. Por achar fácil, o gado consume estes detritos e por isso muitas cabeças de reses já morreram. “Só este ano eu perdi quatro vacas e duas éguas”, revela.

Segundo ainda o denunciante, a quantidade de urubus que saem do lixão e sobrevoam a fazenda vem destruindo várias árvores de grande poste localizadas à margem esquerda do Rio Parauapebas, fato que, somado ao chorume, provoca grande prejuízo para o meio ambiente.

Gilson Farinha atribui o impacto ambiental provocado pelo lixão às administrações municipais da ex-prefeita Bel Mesquita e do atual prefeito Darci Lermen, “que nunca se preocuparam em extinguir o depósito de lixo e procurar outra área longe da zona urbana da cidade”.

Ele lembra que há cerca de quatro anos um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi celebrado pelo Ministério Público para que a prefeitura acabasse com o depósito de lixo e adquirisse outra área, mas a determinação da Justiça foi desrespeitada até hoje, havendo apenas a construção de muro na área e a criação de um aterro sanitário.

O denunciante admite que com a criação do aterro sanitário o problema do mau cheiro amenizou, mas, por outro lado, piorou, principalmente na época de inverno, quando o chorume do lixo escorre para sua propriedade e cai no Rio Parauapebas...

Segundo ainda Gilson Farinha, ele já denunciou varias vezes o problema à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mas até agora nenhuma providência foi tomada pra solucionar o problema. Ele conta que a empresa responsável pela coleta de lixo já esteve na propriedade dele uma vez coletando resíduos que escapam do lixão, mas ele entende que isso é muito pouco.

Outro problema denunciado pelo comerciante é o constante corte de energia na área provocado pelos urubus, que revoam, batem na rede elétrica e o sistema se desliga. “Já passamos até quatro dias sem energia elétrica”, lamenta.

Gilson Farinha diz conviver também com o mau cheiro da grande quantidade de restos de animais abatidos em açougues clandestinos jogada do lado de fora do muro do aterro sanitário, na frente da propriedade dele.

NOTA DA ASCOM
Em nota encaminhada à Sucursal do CT, a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb) “tem atuado de forma a reduzir drasticamente os impactos negativos gerados pelo depósito de resíduos sólidos na área próxima à Rodovia Faruk Salmen”.

Segundo a nota, a prefeitura admite que o lixão operou durante quase duas décadas de maneira irregular e durante a atual gestão passou por um processo de remediação, e atualmente opera como aterro controlado.

Quanto ao chorume, a Ascom responde que a Semurb realizou drenagem para captação dos gases, além da construção de canaletas para que as águas pluviais também fossem drenadas e levadas ao rio sem contaminação.

“A prefeitura entende que, mesmo com a realização de todos esses procedimentos, as condições da área atual do aterro controlado são inadequadas para uma gestão eficaz dos resíduos sólidos produzidos pelo município e já adquiriu uma nova área na VS10, próximo à rodovia PA 160, onde será instalado um aterro sanitário de acordo com as condições previstas no Plano Nacional de Controle de Resíduos Sólidos”, diz a nota.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre que levantado essa questão do lixão, as respostas são as mesmas: "será relocada num prazo de 2 anos". somando esses sempre 2 anos, já se passaram 12, que me consta. Falta peito, interesse e competência administrativa para resolver de vez essa questão. Mas como isso não dá votos, esse lixão também ficará por lá por muitos anos ainda...