Fotos: Waldyr SilvaComposição da mesa
Público no ginásio
Renzo Albieri
Maria Cláudia
Leônidas entrega documento para mesa
Cerca de 800 pessoas representantes de vários movimentos sociais se reuniram na noite da última quinta-feira (19), na quadra de esportes da escola Chico Mendes, em Parauapebas, para discutir a construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros de extensão que a Vale pretende construir de Parauapebas para o projeto de mineração S11D, em Canaã dos Carajás.
A mesa da audiência pública foi composta pelo superintendente estadual do Ibama, Sergio Suzuki; Frederico Drumond Martins, chefe do ICMBio em Parauapebas; Renzo Albieri, responsável pela construção da ferrovia; Maria Cláudia Braga, consultora da empresa Arcadis Terraplan; entre outros.
Na apresentação que Renzo Albieri fez em telão, ele explicou que na definição do traçado proposto na construção do ramal as prioridades foram o afastamento da nova ferrovia das áreas urbanas existentes e da zona de expansão das cidades.
Nessas áreas, Renzo Albieri garantiu que a mineradora vai construir um túnel e dois viadutos para o tráfego de veículos no cruzamento do ramal ferroviário, “preservando a vegetação e a biodiversidade local”.
Para garantir a segurança das pessoas que precisarão cruzar a ferrovia, o responsável pela obra assegura que a Vale vai construir cerca de proteção lateral, para evitar o cruzamento em locais inadequados.
O funcionário da Vale afirmou que todas as passagens de pessoas, veículos e animais existentes ao longo do percurso da estrada de ferro serão mantidas, com a construção de 27 cruzamentos de pessoas e veículos e 17 travessias para gado, na zona rural.
Renzo Albieri informou que as obras de construção da ferrovia irão gerar cerca de 3 mil novos postos de trabalho, com prioridade para a mão de obra da região, que seria treinada com cursos de capacitação, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
ESTUDO AMBIENTAL
Por sua vez, a consultora Maria Cláudia Braga apresentou um estudo ambiental, as alternativas de traçado do ramal estudadas, diagnóstico ambiental e os impactos e programas propostos para a comunidade que mora ao longo das duas margens da ferrovia, explicando cada detalhe de sua apresentação.
Dentro do que foi apresentado, a consultora abordou sugestões de negociação com agricultores sobre indenização de terra, “com preço de mercado”, ofertas de novas oportunidades para trabalhadores rurais, monitoramento de eventuais atropelamentos de animais, recuperação de áreas degradadas e controle e monitoramento de espeleológico.
DEBATES
As apresentações dos técnicos não convenceram a maioria dos presentes, que se mostraram contrários à construção do ramal ferroviário, sob a alegação de que a obra vai trazer grandes prejuízos tanto para a população urbana quanto para agricultores localizados na zona rural.
A cada momento em que membros da sociedade se pronunciavam contra o empreendimento, mostrando que a ferrovia nos arredores da cidade pode trazer muitos problemas, ecoavam aplausos, deixando frustrados os componentes da mesa, que tentavam justificar a necessidade do ramal para a Vale transportar minério.
O secretário municipal de Cultura, Cláudio Feitosa, informou que na negociação da prefeitura para obter compensação com a obra foi solicitado à mineradora a contrapartida de R$ 80 milhões para instalação de um campus universitário em Parauapebas, mas a Vale teria oferecido apenas R$ 20 milhões, “uma ninharia, se forem considerados os lucros da empresa”.
O servidor público municipal Leônidas Mendes Filho aproveitou para entregar aos membros da mesa cópias de parecer ambiental referente ao ramal ferroviário elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Muitos dos que usaram a palavra, por um período cronometrado de três minutos, creditaram toda responsabilidade em a Vale construir o ramal ferroviário à administração municipal e à Câmara de Vereadores, responsáveis pela emissão da licença para construção da ferrovia.
A maioria das propostas da comunidade sugeriu que a rota do ramal passe longe da faixa de expansão da cidade, que o município de Parauapebas seja compensado com obras de cunho social, saúde e educacional, que a ferrovia passe distante da Floresta Nacional de Carajás e que uma comissão da sociedade possa acompanhar todas as negociações em torno do assunto.
Os representantes do Ibama e da Vale informaram que o debate estava sendo gravado em áudio e imagem, que todas as propostas apresentadas seriam estudadas e analisadas, e que as decisões estariam sendo repassadas a todas entidades que participaram da audiência pública. (Waldyr Silva/Correio do Tocantins)
Público no ginásio
Renzo Albieri
Maria Cláudia
Leônidas entrega documento para mesa
Cerca de 800 pessoas representantes de vários movimentos sociais se reuniram na noite da última quinta-feira (19), na quadra de esportes da escola Chico Mendes, em Parauapebas, para discutir a construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros de extensão que a Vale pretende construir de Parauapebas para o projeto de mineração S11D, em Canaã dos Carajás.
A mesa da audiência pública foi composta pelo superintendente estadual do Ibama, Sergio Suzuki; Frederico Drumond Martins, chefe do ICMBio em Parauapebas; Renzo Albieri, responsável pela construção da ferrovia; Maria Cláudia Braga, consultora da empresa Arcadis Terraplan; entre outros.
Na apresentação que Renzo Albieri fez em telão, ele explicou que na definição do traçado proposto na construção do ramal as prioridades foram o afastamento da nova ferrovia das áreas urbanas existentes e da zona de expansão das cidades.
Nessas áreas, Renzo Albieri garantiu que a mineradora vai construir um túnel e dois viadutos para o tráfego de veículos no cruzamento do ramal ferroviário, “preservando a vegetação e a biodiversidade local”.
Para garantir a segurança das pessoas que precisarão cruzar a ferrovia, o responsável pela obra assegura que a Vale vai construir cerca de proteção lateral, para evitar o cruzamento em locais inadequados.
O funcionário da Vale afirmou que todas as passagens de pessoas, veículos e animais existentes ao longo do percurso da estrada de ferro serão mantidas, com a construção de 27 cruzamentos de pessoas e veículos e 17 travessias para gado, na zona rural.
Renzo Albieri informou que as obras de construção da ferrovia irão gerar cerca de 3 mil novos postos de trabalho, com prioridade para a mão de obra da região, que seria treinada com cursos de capacitação, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
ESTUDO AMBIENTAL
Por sua vez, a consultora Maria Cláudia Braga apresentou um estudo ambiental, as alternativas de traçado do ramal estudadas, diagnóstico ambiental e os impactos e programas propostos para a comunidade que mora ao longo das duas margens da ferrovia, explicando cada detalhe de sua apresentação.
Dentro do que foi apresentado, a consultora abordou sugestões de negociação com agricultores sobre indenização de terra, “com preço de mercado”, ofertas de novas oportunidades para trabalhadores rurais, monitoramento de eventuais atropelamentos de animais, recuperação de áreas degradadas e controle e monitoramento de espeleológico.
DEBATES
As apresentações dos técnicos não convenceram a maioria dos presentes, que se mostraram contrários à construção do ramal ferroviário, sob a alegação de que a obra vai trazer grandes prejuízos tanto para a população urbana quanto para agricultores localizados na zona rural.
A cada momento em que membros da sociedade se pronunciavam contra o empreendimento, mostrando que a ferrovia nos arredores da cidade pode trazer muitos problemas, ecoavam aplausos, deixando frustrados os componentes da mesa, que tentavam justificar a necessidade do ramal para a Vale transportar minério.
O secretário municipal de Cultura, Cláudio Feitosa, informou que na negociação da prefeitura para obter compensação com a obra foi solicitado à mineradora a contrapartida de R$ 80 milhões para instalação de um campus universitário em Parauapebas, mas a Vale teria oferecido apenas R$ 20 milhões, “uma ninharia, se forem considerados os lucros da empresa”.
O servidor público municipal Leônidas Mendes Filho aproveitou para entregar aos membros da mesa cópias de parecer ambiental referente ao ramal ferroviário elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Muitos dos que usaram a palavra, por um período cronometrado de três minutos, creditaram toda responsabilidade em a Vale construir o ramal ferroviário à administração municipal e à Câmara de Vereadores, responsáveis pela emissão da licença para construção da ferrovia.
A maioria das propostas da comunidade sugeriu que a rota do ramal passe longe da faixa de expansão da cidade, que o município de Parauapebas seja compensado com obras de cunho social, saúde e educacional, que a ferrovia passe distante da Floresta Nacional de Carajás e que uma comissão da sociedade possa acompanhar todas as negociações em torno do assunto.
Os representantes do Ibama e da Vale informaram que o debate estava sendo gravado em áudio e imagem, que todas as propostas apresentadas seriam estudadas e analisadas, e que as decisões estariam sendo repassadas a todas entidades que participaram da audiência pública. (Waldyr Silva/Correio do Tocantins)
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