sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MST deixa ‘curva do S’ e PM garante direito de ir e vir no sudeste do Pará



O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) começou a desocupar, nesta quinta-feira (12), a partir de 16 horas, o acampamento às margens da rodovia PA-150, na curva do S, em Eldorado do Carajás, onde eles interromperam o trânsito de carros e caminhões há uma semana. A saída se dá após acordo assinado com o governo estadual e o Incra, com o ouvidor agrário nacional Gercino da Silva.

As 400 famílias seguiram em comboio de ônibus e caminhões, escoltados pelo Grupamento Tático da Polícia Militar, rumo à fazenda Maria Bonita, no mesmo município, onde o MST acampa e reivindica a desapropriação da terra para reforma agrária.

O MST se comprometeu a parar com os bloqueios na rodovia e com as depredações nas fazendas ocupadas. O Incra e o Iterpa se comprometeram a acelerar a reforma agrária.

Segurança
As polícias Civil e Militar agem em Eldorado do Carajás e Xinguara para manter a ordem. Inquéritos policiais foram abertos, com pedidos de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão sendo cumpridos.

Em Eldorado, a PM postou tropas na curva do S para evitar o bloqueio da rodovia e o prejuízo ao direito de ir e vir para milhares de cidadãos que precisam da rodovia, a principal rota de ligação entre as regiões sudeste e sul do estado e das duas regiões com a capital.

Em Xinguara, policiais cumprem mandados de prisão na fazenda Espírito Santo, onde um grupo destruiu e saqueou os retiros Ceita Coré, Sete Estrelas e Baixa da Égua.

Na manhã de quinta-feira (12), os policiais foram ao acampamento e fizeram a revista nos barracões, onde encontraram televisões, aparelhos de DVD, antenas, utensílios agrícolas e listas de nomes de pessoas ligadas ao movimento.

Os policiais tentaram cumprir o mandado de prisão contra um homem chamado "Boca Cheia", que fugiu com outros companheiros pela mata. Na barraca de "Boca Cheia", os policiais encontraram apenas a panela de comida no fogo.

O subcomandante da PM, coronel Leitão, informou que a determinação da governadora é de manter o livre o acesso das vias e garantir o direito constitucional de ir e vir de cada cidadão. "As reintegrações de posse estão em andamento na região do Baixo Tocantins e em breve serão realizadas nas regiões sul e sudeste do estado", disse ele. (Secom)

Um comentário:

Anônimo disse...

Nos últimos dias a “pauta de notícias eterna dos jornais locais” inclusive os blogs, de Parauapebas só da a tensão entre membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e os grandes fazendeiros. Os conflitos no campo colocam o Pará constantemente na mídia e na maioria das vezes o destaque é dado a situações que o evidencia como uma “terra sem lei”.

Sem Porteira estão as fazendas depredadas pelos MST, que acusa os próprios fazendeiros de terem efetuado a destruição das propriedades e colocado a culpa no movimento. Os latifundiários asseguram que enquanto puderem não permitirão que suas fazendas sejam invadidas pelo movimento. Depredação a propriedades, interdição de rodovias e ferrovias estão na pauta do movimento dos trabalhadores rurais que já não sabem onde e como atuar para conseguir que o Governo Federal cumpra a sua parte, a distribuição dessas extensas propriedades rurais, não cultivadas, que estão nas mãos de poucos fazendeiros.

Terra sem lei é a música composta pela Tribo de Leões, que diz, “[que] de cima eu vejo a terra; seu chão é o palco da fome e da guerra; e o mundo em total degradação; quanta destruição, tanta corrupção; e [o] povo pagando pra ver.”

E a mídia cai impiedosa, partidária, ávida por divulgar qualquer “pedacinho de notícia”, por que em termos de matéria, de investigação, a mídia local só destaca uma grande manchete sem jamais apurar os fatos profundamente, sem jamais fazer um cenário do que está acontecendo e jamais tocou no assunto reforma agrária no Brasil. Que espécie de produção jornalística é essa? Ah, já sei. É a produção daqueles que tem suas mãos molhadas pelo dinheiro público. Que sabem que tanto faz irem atrás da informação profunda ou não, vão receber a sua parte do bolo no final do mês. Por isso o descaso.

Este estado brasileiro, chamado PARÁ, precisa de uma intervenção já. Mas, de quem? A “juju” (Ana Júlia) é PT. Então, quem vai lá??? Dar uma dura nela? É menina presa em cela com 20 homens, são fazendas sendo invadidas e trabalhadores rurais sendo mortos, são assassinos sendo absolvidos pela morte dos trabalhadores rurais, é trabalho escravo nas fazendas. É gente que denuncia as atrocidades e sofre ameaças de morte. São passageiras estupradas nos ônibus da Transbrasiliana... Ficou banal, não ficou? O crime virou rotina no Pará. Quem lembra do assassinato da religiosa Dorothy Stang??? Onde fazendeiros disputam lotes à bala com posseiros, como nos tempos do faroeste??? Acho que o Pará caiu na “pauta eterna” do dia de caças às bruxas. Quem será a vítima da vez??? E HÁ QUEM FAÇA VERSINHOS.