CRÔNICAS DO PC
Devem existir muitas empregadas domésticas por aí que chamam a atenção pela postura natural de terem nascidas bonitas. Lembremos da mais famosa história mundialmente conhecida. Vem ser o caso do escritor do livro infanto-juvenil que se inspirou na bela Cinderela e escreveu o livro A gata borralheira.
Não raramente tem acontecido de personagem real ser tão atraente, deslumbrante, que é alvo de maiores observações, por parte da patroa, que fica desconfiada e com ciúmes, quando o maridão fica por perto. Para evitar “chove e não molha”, evita certas liberdades entre patrão e empregada, a exemplo de um olhar para o outro com aquele sorriso sacana. E vou falar a verdade! Preste atenção!
É desta maneira o ambiente reinante na residência do sr. Galeno Silva e digníssima consorte, senhora Magnólia. O nome da beldade doméstica que inspirou desavença é Clarisse, realmente uma tentação de mulher, de 23 anos, atraente e vistosa, anatomia perfeita, dos pés à cabeça.
A patroa vivia de olhos arregalados, desconfiada, procurando flagrar alguma situação de conquista envolvendo o esposo e a doméstica Clarisse, seriamente advertindo-a de que aquele seu sorriso permanente poderia acarretar-lhe prejuízos.
Por outro lado, Clarisse, que não era nenhuma boba, prevenia-se esperando a ordem de despedida. Sabia, propagada pelas línguas falastronas dos vizinhos, que a senhora Magnólia não era assim como demonstrava querer ser, uma fiel esposa, dedicada somente aos carinhos do marido.
Patroa e empregada iam convivendo na marra, nenhuma suportando a outra. Clarisse até se divertia pelo despeito da senhora Magnólia sem querer aceitar uma realidade adversa, não suportando a tremenda diferença entre as duas, a outra, mulher chique achando ter sido adulação da natureza em teimar de proteger com dotes excepcionais uma pessoa que não era ela, e sim uma simples cunhã dos “cafundós do judá”. Sem mais suportar a presença de Clarisse, chamou-lhe para uma conversa franca:
“Sabe, menina, prepare sua mala e depois venha a ter comigo. Vamos acertar as nossas contas”.
Vestida com a roupa de trabalho, touca e avental, Clarisse ficou diante da senhora Magnólia irradiando beleza e simpatia: “A patroa decidiu, então, me mandar embora”?
“Perfeitamente! Não percebeu minha decisão?”
“É claro que sim, senhora. Eu já esperava desde o dia em que alguém me disse ser eu, em qualquer situação, mulher mais bonita que a senhora”.
“Quem lhe afirmou esta mentira?”, interroga senhora Magnólia, cheia de fingido orgulho, batendo uma das mãos na mesa e um pé no chão.
Clarisse deu um passo à frente e continua a conversa, colocando as mãos na cintura: “Quer mesmo saber? Pois vou dizer: foi seu primo Arnaldo. E tem mais: há na sua família quem diga ser eu mais inteligente que a senhora”.
“Quero saber. Quem é o desgraçado falastrão?”
“O patrão”.
Senhora Magnólia perdeu o rebolado. Pensou um pouco e resolveu se haveria com o marido pedindo explicações. Querendo terminar o papo, que para ela estava sendo desagradável, tenta por o ponto final na conversa: “Estupidez de todo mundo. Tem mais alguma besteira a dizer? Se tiver, fala rápido, porque tenho muito que fazer”.
“Só mais uma coisinha importante a revelar: é que me disseram que eu na cama sou mais interessante e ardente que a senhora”.
A mulher espantou-se. Quem se atreveria fazer tal estapafúrdia comparação? Tava na cara. Só poderia ser ele...
“Não é possível! Meu marido afirmou-lhe esta mentira cabeluda?”
Clarisse na maior calma possível, disse, balançando a cabeça em negativa: “Não, senhora! De forma alguma! Fique tranquila! Seu marido não tem nada a ver com o fato”.
“Diga-me, então, o nome do safado que saiu com esta história”.
E o estouro da bomba: “Quem me afirmou foi o seu motorista, o Guiomar”.
Pedro Cláudio M.Reis (PC) / E-mail: pcmourareis@yahoo.com.br
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
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