sábado, 9 de maio de 2009
Jornais criticam deputado que classificou trabalho de jornalistas como ‘pouca vergonha’
Os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo decidiram se manifestar em relação ao episódio envolvendo o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) que, recentemente, classificou o trabalho dos jornalistas de "pouca vergonha".
Por meio de editoriais publicados nesta sexta-feira (8), os veículos paulistanos criticaram a posição do político e relator do processo de cassação por quebra de decoro contra o deputado mineiro Edmar Moreira. Para O Estado de S.Paulo, a citação do relator do processo externa a posição da maioria dos parlamentares em exercício.
"O deputado Sérgio Moraes, do PTB gaúcho, decerto externou o que devem pensar muitos, se não a maioria de seus pares ‑ a julgar pela infinidade de exemplos de seu comportamento execrável ‑, quando disse estar se lixando para a opinião pública", disse o editorial de O Estado de S.Paulo.
O jornal da família Mesquita expôs as denúncias que conduziram o deputado Edmar Moreira ao processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Manutenção de um castelo sem declaração no fisco, avaliado em R$ 25 milhões, desvio de verba pública e uso indevido de licitações são exemplos citados pelo veículo. Porém, segundo O Estado, as possíveis irregularidades do político mineiro teriam ficado em "segundo plano", por conta das afirmações do relator do caso.
Na mesma linha, a Folha contrapõe que enquanto Edmar, intitulado o "homem do castelo", é alvo de cassação, Sérgio Moraes "refaz seus passos, com desdém e imprudência comparáveis".
Ao final, a Folha ainda ressalta que, ao dizer que estar se "lixando" para a opinião pública, Moraes teria externado o que senadores e deputados também o fazem. "Quando já não parecia possível aumentar a aposta, eis que um membro do Conselho de Ética consegue fazê-lo, declarando a mais pura verdade", conclui o editorial do veículo.
Na última quarta-feira (6), em audiência realizada na Câmara, o deputado Sérgio Moraes classificou o trabalho da imprensa como "pouca vergonha". Segundo o político, os jornais nunca participam de forma efetiva do processo político no país e "se intitulam donos da moral e da ética". (Thiago Rosa/Redação Portal Imprensa)
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