terça-feira, 17 de julho de 2007

‘Vaia de elite reacionária não vale’, diz deputado

O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), vice-presidente do Parlamento do Mercosul, reagiu ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido vaiado por parte da platéia presente ao Maracanã, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos.
"Vaia de elite reacionária não vale. Tenho dúvidas se os autores das vaias também não estavam bêbados, assim como os que vaiaram João Gilberto", afirmou o parlamentar.
Em setembro de 1999, o violonista João Gilberto, um dos pais da bossa nova, criticou - durante sua própria apresentação - a acústica de uma sala de espetáculos que estava sendo inaugurada, em São Paulo. Reclamou de ecos e, em troca, foi vaiado por parte dos 4,5 mil vips presentes.
Testemunha do episódio, Tom Zé resolveu contar o que viu através de uma "música-reportagem", intitulada "Vaia de bêbado não vale".
Dr. Rosinha buscou na página oficial dos Jogos Pan-Americanos os valores cobrados pelos ingressos para a cerimônia de abertura do evento. Em metade do anel superior do estádio do Maracanã, o ingresso custou R$ 250. Na outra metade, R$ 150,00.
No anel inferior, cerca de 80% dos lugares foram comercializados por R$ 100. Ingressos mais baratos, a R$ 20, ficaram restritos a pequenas áreas, atrás de onde ficam as traves do estádio.
"As vaias dirigidas a Lula não representam a voz das ruas, porque a população brasileira não estava representada no Maracanã", avalia o deputado.
"Quem no Brasil pode se dispor a pagar 100, 150 ou até 250 reais para ver uma cerimônia que será transmitida ao vivo pela TV?", indagou Dr. Rosinha.
O presidente Lula classificou de "reação do ser humano" as vaias que recebeu durante a abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, no Maracanã. Lula admitiu que ficou chateado com a atitude do público, mas garantiu que sua relação com o povo do estado não será alterada.
"Na minha vida política, a vaia e o aplauso são dois momentos de reação do ser humano. A única coisa que eu, particularmente, fico triste é que fui preparado para uma festa. É como se eu fosse convidado para o aniversário de um amigo meu, chegasse lá e encontrasse um grupo de pessoas que não queria a minha presença lá. Tenho certeza de que não é esse o pensamento do Rio de Janeiro", declarou Lula, no programa de rádio "Café com o presidente".

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