segunda-feira, 9 de julho de 2007

Siproduz denuncia invasão e saque de fazenda

Barraco incendiado na sede da fazenda

Embora o caso tenha ocorrido na semana passada, nesta segunda-feira (9) a assessoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Parauapebas (Siproduz) distribuiu release à imprensa denunciando a invasão e saque da fazenda Juazeiro, localizada a 19 quilômetros de Parauapebas, pela segunda vez, “por um bando de pessoas armadas liderado por Raimundo Italiano”.
Segundo a assessoria do Siproduz, a invasão foi um verdadeiro saque e depredação da propriedade, de onde o grupo teria levado objetos de valor como ar-condicionado, geladeira, televisores, máquinas fotográficas, colchões, moto XTZ, utensílios, roupas e pequenas criações, além de 200 porcos e 300 galinhas. O bando é acusado também de matar vários animais da fazenda, queimar pastagens, a casa dos vaqueiros e os depósitos de sal mineral.
A produtora Maria do Socorro Mangabeira Marques, proprietária da fazenda Juazeiro, está chocada com tamanha crueldade. Ela contou para o sindicato que desde outubro do ano passado o grupo faz ameaças de invasão à propriedade. A primeira ocupação foi feita em janeiro deste ano, quando os acusados invadiram a fazenda pelos fundos e montaram um acampamento.
“Logo no início, eles estavam calmos, mas depois começaram a nos proibir de fazer nossas atividades na fazenda. Proibiram da gente mexer nos pés de manga que estão nos fundos da fazenda, não permitiram mais que colocássemos o gado nas pastagens e não nos deixavam roçar ou mesmo fazer a manutenção das cercas. O grupo sempre aparecia armado”.
No final de abril, o grupo desocupou a fazenda, mas a tranqüilidade durou pouco. Socorro Marques declarou que depois da saída, começaram novas ameaças. “Por telefone, eles diziam que eu ia ver o que era mexer com sem-terra. Por conta disso, deixei de morar na fazenda, não tive mais como permanecer aqui porque as ameaças eram pesadas”, declarou.
Foi durante a ausência de Socorro Marques, que viajou para cuidar da saúde da mãe, que o grupo retornou à fazenda. “Eles aproveitaram minha ausência, não com objetivo de ocupar a fazenda para chamar atenção dos órgãos que fazem a reforma agrária, mas sim para saqueá-la. Acho que isso daqui já ultrapassou o chamado Movimento Sem-Terra. Para mim é uma verdadeira quadrilha de ladrões e bandidos. Não sou contra a reforma agrária, mas que seja uma reforma agrária justa, não do jeito que está acontecendo, com brutalidade, violência e esbulho da propriedade”, desabafou.
Esbulho em série
Para o sindicato, não é a primeira que vez o bando de Raimundo Italiano invade propriedades na região. Em 2004, o bando teria invadido a fazenda Pampulha, em Canaã dos Carajás, onde depredou a fazenda, queimou pastagens, roubou gado, um trator de pneu e ainda manteve funcionários da fazenda em cárcere privado, inclusive o caso teve repercussão nos principais meios de comunicação do Brasil.
Ainda segundo o Siproduz, em 2005 o grupo invadiu e tomou a sede da fazenda Rio Verde, em Curionópolis, por mais de 90 dias, praticando todo tipo de esbulho e roubo do gado. O grupo desocupou as fazendas Rio Verde e Pampulha, após terem sido reintegradas, mas as invasões não pararam por aí. O bando invadiu a sede e tomou a fazenda Santo Antônio, onde teriam praticado roubos, matança de gado, queima de cercas e pastos, o que obrigou o proprietário a retirar todo o gado da fazenda.
Socorro Marques registrou ocorrência no último sábado (7) na Delegacia de Polícia de Parauapebas. No mesmo dia, a polícia visitou a propriedade, fazendo registro fotográfico da área. A delegacia informou que o material será encaminhado para Belém.

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