quarta-feira, 4 de julho de 2007

Roriz renuncia ao mandato de senador

Senador Joaquim Roriz chora após a renúncia

O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) renunciou ao mandato no início da noite desta quarta-feira (4). Na carta de renúncia lida em plenário pelo senador Mão Santa (PMDB-PI), ele desistiu do mandato para não correr o risco de vir a ser cassado.
A Mesa Diretora do Senado já havia decidido enviar o pedido de processo contra Roriz ao Conselho de Ética. De acordo com a Mesa, se fosse notificado do processo pelo Conselho de Ética, o que estava previsto para acontecer nesta quinta (5), não poderia mais renunciar. Cassado, ficaria inelegível por oito anos. O senador foi flagrado numa conversa telefônica negociando a divisão de um saque de R$ 2,2 milhões do BRB (Banco de Brasília).
Roriz participou do começo da reunião da Mesa, à tarde, quando, segundo ele, entregou documentos sobre sua defesa. O senador pediu ainda que a Mesa adiasse a decisão de enviar o processo ao Conselho de Ética, mas os membros da Mesa não aceitaram o apelo.
Currículo
Quatro vezes governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz começou a carreira política na cidade natal, Luziânia (GO), onde se elegeu vereador na década de 60 pelo antigo MDB.
Antes de iniciar a vida política na capital federal, Roriz também foi eleito deputado estadual (1978), federal (1982) e vice-governador do Estado de Goiás (1986). Além disso, foi prefeito de Goiânia, como interventor, entre 1987 e 1988.
Roriz deixou a prefeitura da capital goiana após ser indicado em 1988 pelo então presidente José Sarney para o governo do Distrito Federal, que na época não tinha o direito de eleger seu governador pelo voto direto. Ele permaneceu no cargo até março de 1990.
Nos quase 18 meses em que foi governador biônico do DF, ele foi acusado pelos adversários políticos de ter distribuído lotes para os eleitores já de olho nas eleições diretas de outubro de 1990. Eleito, Roriz voltou ao governo do DF em março de 1991.
Reeleições
Ele também foi eleito governador do Distrito Federal nas eleições de 1998 e 2002. No pleito de 2006, Roriz conseguiu uma vaga no Senado Federal ao obter 657.217 votos, superando o ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz (PC do B), que recebeu 544.313 sufrágios.
Apesar de ter seu nome ligado historicamente ao PMDB e ter sido contra a participação do partido no governo de coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Roriz fundou o PT em Goiás, mas hoje diz que o partido só tem pessoas “com ódio no coração”.
Fugindo do processo
Com a renúncia, Roriz segue o exemplo de outros senadores que deixaram o cargo para escapar do processo de cassação. Em 2001, Antonio Carlos Magalhães (BA), Jader Barbalho (PA) e José Roberto Arruda (DF) renunciaram para fugir do processo por quebra de decoro parlamentar.
No entanto ACM, Jader e Arruda tiveram a oportunidade de se eleger no ano seguinte e voltar ao Congresso em 2003. Nas eleições de 2002, ACM retomou ao Senado, enquanto Jader e Arruda foram eleitos deputados federais. Já Roriz terá que esperar até 2010.

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