terça-feira, 2 de março de 2010

Vale desenvolve tecnologia para reabilitar áreas degradadas


Técnicos ambientais no viveiro da Vale

A Vale está fazendo experimentos utilizando a associação entre certos fungos do solo e raízes de plantas nativas da região Amazônica, com o objetivo de utilizá-los no processo de recuperação de áreas que foram utilizadas pela mineração.

Com esta tecnologia, plantas associadas a esses fungos poderão diminuir o tempo no processo de reabilitação de áreas degradadas. Com isso, estima-se um aumento na produção de mudas de espécies nativas, que serão utilizadas na revegetação de áreas do projeto Onça Puma, no município paraense de Ourilândia do Norte. A expectativa é que sejam revegetados, aproximadamente, 720 hectares.

Essa técnica contribui para o crescimento e sobrevivência das plantas, por meio do incremento significativo da absorção de água e nutrientes. Além disso, a tecnologia possibilitará uma melhoria da estruturação do solo, contribuindo para o estabelecimento e desenvolvimento das plantas, mesmo em solos com baixos teores de nutrientes, como os que ocorrem em algumas áreas localizadas na região Norte.

"A reabilitação de áreas degradadas é difícil e lenta (20 a 30 anos), portanto, queremos reduzir esse tempo a partir do desenvolvimento dessa tecnologia. Nosso objetivo é realizar a recuperação das áreas em menos tempo e com mudas mais resistentes", explica André Luiz, gerente de meio ambiente da Vale.

O experimento é baseado em vários estudos realizados pela Universidade Federal de Pernambuco, que utiliza fungos em mudas de diversas espécies típicas da região de Mata Atlântica. A equipe de meio ambiente da Vale está testando essa metodologia para avaliar a viabilidade da técnica com espécies da Floresta Amazônica.

Os profissionais trabalham com aproximadamente 25 espécies nativas da Amazônia, mas para o experimento com fungos estão utilizando apenas quatro espécies: paricá, cajá, bordão de velho e pata de vaca. Elas foram escolhidas em função do crescimento mais rápido que as demais - em média elas se desenvolvem num período mínimo de três meses até serem levadas para o campo.

"A introdução de mudas pré-inoculadas com esse agente biotecnológico (o fungo) contribui na produção de mudas mais vigorosas e em menos tempo do que o método atual, aumentando o sucesso do plantio", explica Thiago Morais, analista ambiental da Vale.

Atualmente, as mudas com fungos estão em processo de crescimento, armazenadas em saquinhos plásticos no viveiro de mudas, localizado no projeto Onça Puma. Elas ficam no viveiro por um período aproximado de três meses até atingirem a altura mínima de 50 cm. Após essa fase, elas serão levadas para a área onde acontecerá o processo de revegetação.

No período de um ano, aproximadamente, até o primeiro trimestre de 2011, a equipe de meio ambiente da Vale fará o controle e acompanhamento das mudas, avaliando, sistematicamente, o desenvolvimento das espécies quanto à altura, o número de folhas e o diâmetro do caule. Após essa etapa, os técnicos vão comparar o experimento com fungos com os que já estão em andamento há um ano, para avaliar o que houve de incremento em relação às técnicas tradicionais utilizadas.

O uso de fungos em mudas para revegetação também trará outro benefício: a redução do custo com manutenção das mudas e com a utilização de adubo químico. Atualmente, a Vale utiliza 180 g de adubo por muda no processo de revegetação. Com essa técnica, o objetivo é testar o processo utilizando apenas a metade (90 g) ou simplesmente não usar adubo químico.

Áreas revegetadas
O Projeto Onça Puma ainda não entrou em operação, mas o processo de revegetação de áreas degradadas já vem sendo feito em áreas próximas ao empreendimento - em antigas áreas de pasto. É o caso, por exemplo, do Morro do Granito, onde a Vale está realizando o plantio de mudas em 28 ha da área; e no entorno das barragens de captação de água (21 ha) e da usina (58 ha).

Situado no município de Ourilândia do Norte, a 925 km da capital, Belém, o Projeto Onça Puma foi adquirido pela Vale em dezembro de 2005. O nome refere-se aos locais de onde a Vale extrairá níquel laterítico, localizados nas serras do Onça e do Puma. A implantação de Onça Puma começou em 2006 e o início das operações está previsto para o segundo semestre de 2010. (Assessoria de Imprensa da Vale)

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