A freira Dorothy Stang, assassinada há quatro anos no Pará, será homenageada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, em evento organizado pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental.
Pela primeira vez, o MMA fará um resgate da atuação feminina na defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável nos últimos 30 anos, realizando palestras e debates com mulheres ambientalistas de reconhecida atuação.
A secretária executiva do MMA, Izabella Teixeira, será a mediadora do debate "A contribuição das mulheres ao ambientalismo brasileiro". Bertha Becker, Tereza Urban e Isabel Cristina Moura Carvalho, professoras de universidades federais, destacadas pela atuação na área ambiental, vão compor a mesa.
A homenagem do MMA se estende a todas as mulheres que atuaram na defesa do meio ambiente. Quatro foram escolhidas para simbolizar a participação feminina no movimento ambientalistas, graças às suas contribuições para a pesquisa e seu pioneirismo na luta pela preservação da natureza.
A gaúcha Magda Renner, uma das fundadoras da Rede Internacional sobre Pesticidas; e Judith Cortesão, uma das criadoras do programa Globo Ecologia, já falecidas; e Berta Becker, professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em Amazônia, integram, com Dorothy Stang, o grupo de homenagens especiais.
A proposta do MMA é promover o debate em torno da participação feminina na luta pela preservação dos biomas brasileiros. O evento será veiculado por emissoras públicas de televisão, como contribuição para a preservação da memória daquelas que lutaram e dedicaram suas vidas à causa ambiental.
É o caso da missionária norte-americana, naturalizada brasileira, que se destacou pela defesa dos direitos humanos e na luta pelo desenvolvimento sustentável em uma das regiões de acirrado conflito fundiário e ambiental, sendo barbaramente assassinada.
A Justiça condenou seus assassinos, mas um júri popular absolveu o principal acusado de ser o mandante do crime, Vitalmiro Bastos de Moura. Um recurso anulou o resultado do júri e o novo julgamento está marcado para o final deste mês.
Os advogados do réu entraram esta semana no Supremo Tribunal Federal na tentativa de adiar o julgamento e suspender a ordem de prisão do acusado. O outro suposto mandante, Regivaldo Pereira Galvão, sequer foi julgado pelo crime.
Irmã Dorothy, como era conhecida, começou a trabalhar na região de Anapu (PA) na década de 1980. O município faz parte da Terra do Meio, uma das áreas críticas do desmatamento no Pará, palco da ação de grileiros e madeireiros ilegais, em constante conflito com pequenos produtores e posseiros. À frente da luta pelos direitos dos agricultores familiares da região, ela denunciou por várias vezes a situação às autoridades.
A missionária é hoje reconhecida como símbolo da defesa das unidades de conservação, criadas para conter o crescente desmatamento na região. (Fonte: MMA)
quinta-feira, 4 de março de 2010
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