Guilherme Alves
Brasília - A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes, deputada federal Andreia Zito (PSDB-RJ), criticou o cadastro nacional de pessoas desaparecidas lançado pelo governo em fevereiro. Segundo ela, o cadastro, elaborado pela Secretaria de Direitos Humanos em conjunto com o Ministério da Justiça, é uma ferramenta arcaica e ineficiente, uma espécie de maquiagem de algo que já existe há mais de 10 anos.
Andreia Zito (foto) destacou que o cadastro registra apenas 117 crianças brasileiras desaparecidas em 2009, enquanto organizações sociais levantam 40 mil desaparecimentos por ano. Ela colocou em dúvida a credibilidade dos dados do governo, porque as secretarias de Segurança dos estados não são obrigadas a repassar informações.
A deputada considera "vergonhoso" o tratamento que o tema recebe no país. Segundo ela, o cadastro não deveria misturar informações referentes a crianças e adultos porque são realidades diferentes. Ela observa que adultos geralmente desaparecem por vontade própria e crianças, na maioria dos casos, são levadas contra sua vontade ou são enganadas por alguém.
Investigações
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou em audiência da CPI que o novo cadastro vai facilitar as investigações, pois permitirá a localização de crianças ou adolescentes quando eles atravessarem as fronteiras de estados.
A relatora Andreia Zito disse que, durante o encontro, o ministro pediu ajuda à CPI no aperfeiçoamento do cadastro — o que, segundo ela, sinaliza para uma mudança de atitude do ministério no sentido da adoção de ações conjuntas mais eficientes. (Idhelene Macedo)
domingo, 7 de março de 2010
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